Trump cogita concorrer à Presidência em 2024, diz imprensa americana
Comentários feitos entre aliados mais próximos indicam que presidente americano começa a reconhecer que perdeu as eleições deste ano
Embora oficialmente continue sem conceder sua derrota nas eleições de 3 de novembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem levantado a seus aliados mais próximos a possibilidade de se candidatar à Presidência em 2024, segundo a imprensa americana, em um sinal de reconhecimento, pelo menos parcial, da perda nas urnas na semana passada.
A informação sobre essas conversas privadas foi publicada pelo jornal The Washington Post, pelo portal de notícias Axios e pela agência de notícias Reuters.
O Axios, que cita como fonte “duas pessoas familiarizadas com o assunto”, afirma que o presidente já cogitava concorrer às próximas eleições desde pelo menos segunda-feira 9 — dois dias após a maioria dos principais veículos da imprensa americana, incluindo a conservadora Fox News, cravarem a vitória do democrata Joe Biden no pleito deste ano.
A eventual vontade de Trump em disputar as eleições de 2024 indica que ele começa a reconhecer a derrota recente, pois a 22ª Emenda à Constituição americana — aprovada no início da década de 1950 — determina o limite máximo de dois mandatos presidenciais, sem a necessidade de serem consecutivos.
Até então, nenhuma autoridade da Casa Branca nem da campanha eleitoral do republicano confirmaram publicamente essas conversas.
A Reuters informa que o presidente “poderia anunciar” a sua candidatura para 2024 até o final de 2020. Essa estratégia eleitoral, ainda a ser confirmada, não seria tão inovadora a Trump, que iniciou o processo burocrático para a sua candidatura à reeleição no mesmo dia em que foi inaugurado presidente, em 20 de janeiro de 2017.
Na segunda-feira 9, Donald Trump ordenou que as agências governamentais bloqueiem a transição para o novo governo. A equipe de Biden ameaçou processar a administração atual caso a agência da Casa Branca responsável pela transição continue sem reconhecer sua vitória.
Além disso, líderes do governo Trump disseram ao jornal americano The Washington Post que foram instruídos pela Casa Branca a não cooperar com a equipe de Biden até que os resultados das eleições fossem oficializados pelo governo.
Antes mesmo da imprensa americana confirmar a vitória do democrata, Trump já havia iniciado uma série de contestações jurídicas em nível estadual à contagem de votos. Agora, a Administração de Serviços Gerais, agência que dá acesso aos 6,3 milhões de dólares em fundos de transição para a equipe de Biden, reluta em assinar a averiguação que aceita o novo presidente.
Junto a isso, o republicano ainda estaria impedindo o acesso a Biden a uma pilha de cartas e telegramas enviados a ele. É tradição que chefes de Estado de todo o mundo tentem entrar em contato com o vencedor das eleições dos Estados Unidos logo após a divulgação dos resultados do pleito. É função do Departamento de Estado, o órgão responsável pelas relações exteriores americanas, receber e transmitir as mensagens.