Trump apoia candidato de extrema direita para presidente da Câmara dos EUA

O ex-presidente americano Donald Trump, boquirroto contumaz, endossou publicamente nesta sexta-feira, 6, a candidatura do deputado Jim Jordan para o cargo de líder da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. Seguidor leal e de longa data do trumpismo, Jordan fundou o grupo de deputados de extrema direita Freedom Caucus, e é o nome favorito para suceder o republicano Kevin McCarthy no cargo, após sua histórica destituição na terça-feira 3. A eleição ocorrerá na próxima semana.

“O congressista Jim Jordan era uma estrela muito antes de sua jornada de muito sucesso a Washington, D.C., representando o 4º distrito congressional de Ohio”, escreveu Trump em sua rede social Truth Social.

O anúncio ocorreu horas depois de o próprio Trump ter dito que estaria aberto a ocupar a posição como líder interino da Câmara, caso os republicanos não conseguissem escolher um sucessor para a casa baixa do Congresso, que o partido controla com maioria apertada.

Trump, o atual candidato presidencial republicano às eleições de 2024, usou o caos no Capitólio e o vácuo de liderança deixado por McCarthy para reforçar ainda mais o seu controle sobre o Partido Republicano – e empurrá-lo ainda mais para a direita.

Profundamente divididos, os deputados republicanos da ala radical destituíram McCarthy por meio de uma votação na terça-feira, marcando a primeira vez na história dos Estados Unidos que um presidente da Câmara é exonerado.

Jordan é um dos dois principais candidatos que disputam a presidência da casa baixa do Congresso, ao lado de Steve Scalise, da Louisiana. Para vencer, um dos dois precisa obter 218 votos, portanto precisam do apoio tanto das facções de extrema direita quanto moderadas do partido.

Não está claro se o endosso de Trump forçará Scalise, que atua como líder interino da Câmara, a sair da disputa.

Jordan é um dos maiores defensores do ex-presidente em Washington D.C. e tem liderado investigações espúrias sobre os promotores por trás dos processos contra Trump – que acumula 91 acusações criminais em quatro casos diferentes.

Ele também fez parte de um grupo de republicanos que trabalhou com Trump para reverter sua derrota nas eleições de 2020, para o atual presidente, Joe Biden, antes de 6 de janeiro.