O tribunal de apelação de Paris suspendeu nesta quarta-feira uma investigação contra o ex-presidente Nicolas Sarkozy, acusado de corrupção por ter tentado obter informações de um juiz. A decisão ocorre poucos dias depois de Sarkozy anunciar que retornava à atividade política. Para o ex-presidente francês, a suspensão da investigação significa um leve respiro judicial, embora não anule a acusação.
Os juízes de instrução não poderão levar adiante nenhuma investigação até que o tribunal de apelação se pronuncie sobre vários recursos de anulação apresentados por Sarkozy e seu advogado, Thierry Herzog, também acusado no caso. A suspensão das investigações pode durar vários meses, indicaram fontes judiciais à agência France-Presse.
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As juízas de instrução Claire Thépaut e Patricia Simon investigam se Sarkozy e seu advogado tentaram conseguir que um alto magistrado da Corte de Cassação, Gilbert Azibert, transmitisse a eles informações submetidas ao segredo de Justiça em um caso que os envolvia. Em troca destas informações, Sarkozy teria prometido a Azibert intervir ante o principado de Mônaco para que o nomeassem a um posto de prestígio. Sarkozy não obteve a informação que queria nem Azibert o posto pelo qual ansiava, mas os três protagonistas do assunto foram acusados pela Justiça.
Outras acusações – Além dessa acusação de tráfico de influência, o ex-presidente também é personagem de outras investigações judiciais, como a do financiamento de sua campanha presidencial de 2012 pelo regime do ex-ditador líbio Muamar Kadafi, encomendas irregulares de pesquisas quando era presidente e a possível arbitragem litigiosa em favor do empresário Bernard Tapie.
Sarkozy também foi acusado por corrupção ativa e tráfico de influência em outro escândalo judicial no qual é investigado – este relacionado com escutas telefônicas ilegais. O ex-presidente foi formalmente indiciado pela Justiça francesa após ficar detido em uma delegacia por 15 horas para responder a um interrogatório. Ele foi o primeiro ex-presidente da França a ficar formalmente sob custódia policial.
(Com agência France-Presse)