Cinco sauditas foram condenados à morte no julgamento dos assassinos do jornalista Jamal Khashoggi, do jornal americano Washington Post, anunciou nesta segunda-feira, 23, o procurador-geral da Arábia Saudita. “Foram condenados à morte cinco homens que participaram diretamente no assassinato”, disse o procurador Shalaan al-Shalaan.
Dos 11 homens levados a julgamento, além dos cinco condenados à morte, três foram sentenciados a penas de prisão que chegam a 24 anos.
Foram absolvidos Saud al Qahtani, conselheiro do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, e o número dois do serviço de inteligência, o general Ahmed al Assiri, considerados os dois suspeitos principais.
De acordo com o procurador, Qahtani foi investigado, mas não foi acusado por “falta de provas”. Assiri foi investigado e acusado, mas absolvido pelas mesmas razões. “Concluímos que o assassinato de Khashoggi não foi premeditado”, destacou o procurador em um comunicado.
O reino saudita organizou o julgamento em uma tentativa de limpar sua imagem deteriorada após o assassinato de Khashoggi, em 2 de outubro de 2018 no consulado do país em Istambul, Turquia. A CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, e uma especialista da ONU apontaram a participação do príncipe herdeiro na morte do jornalista. Bin Salman nega a acusação.
O procurador Shalaan al-Shalaan afirmou ainda que o tribunal de Riad teve nove audiências com a presença de integrantes da comunidade internacional e parentes de Jamal Khashoggi. O julgamento aconteceu a portas fechadas.