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Tribunal do Vaticano condena ativistas que colaram as mãos em estátua

Caso aconteceu em 18 de agosto e membros do grupo Last Generation terão que pagar 28 mil euros

Por Da Redação
12 jun 2023, 16h55

Um tribunal do Vaticano condenou nesta segunda-feira, 12, dois ativistas ambientais do grupo Last Generation por danos graves a uma obra de arte, depois que a dupla colou as mãos na base de uma estátua antiga para chamar atenção para as mudanças climáticas. Guido Viero e Ester Goffi receberam uma sentença de nove meses, que foi suspensa, e terão que pagar 28 mil euros.

O julgamento decorreu de um protesto feito no dia 18 de agosto nos Museus do Vaticano, no qual a dupla mirou a estátua de Laocoonte, uma das obras mais importantes da coleção. Os dois também colaram uma faixa escrita: “Última geração: sem gás e sem carbono”. Uma terceira ativista que filmava o ato, Laura Zorzini, foi multada em 120 euros.

O grupo disse que teve como alvo a estátua de Laocoonte, que se acredita ter sido esculpida em Rodes entre 40 a 30 a.C., por causa de sua história simbólica. Segundo a lenda, Laocoonte alertou seus companheiros troianos contra aceitarem o cavalo de madeira deixado pelos gregos durante a Guerra de Tróia. O grupo disse que a crise climática é um alerta moderno que está sendo ignorado pelos líderes políticos.

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A ação do grupo fez parte de uma onda de protestos de ativistas europeus que foram em museus, instituições culturais e até paralisaram o tráfego para chamar atenção para o que chamam de “fracasso dos governos” na hora de tomar medidas para combater as alterações climáticas.

Segundo a advogada do Estado da Cidade do Vaticano, Floriana Gigli, os réus exploraram a conhecida preocupação do papa Francisco com a causa ambiental ao causarem danos “inestimáveis” a um patrimônio artístico e cultural mundial. Ela afirmou que a dupla de ativista sabia que o protesto iria danificar a obra de arte, argumentando que a decisão de colar as mãos na base da escultura comprova a intenção. Além disso, Viero e Goffi não expressaram arrependimento pelos danos causados. 

Apesar de na audiência anterior Viero e Goffi terem afirmado que nunca tiveram a intenção de danificar a estátua, ambos defenderam fortemente sua causa. Viero disse que, ao ser pai e avô, se sentiu na sua obrigação de chamar atenção ao fracasso da Itália de deter o aquecimento global. Já Goffi  lembrou que trouxe um solvente de cola na bolsa, mas os restauradores do Vaticano usaram uma substância diferente à base de acetona para descolar as mãos.

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A promotora do Vaticano, Catia Summaria, pediu uma sentença de dois anos de prisão e uma multa de 3 mil euros cada e uma condenação de um mês para Zorzini. No entanto, ela disse que se o tribunal decidisse por sentenças suspensas, os réus devem ser condenados a reembolsar o custo total dos danos à estátua.

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A advogada do Estado afirmou que não é possível estimar o custo da estátua, já que é uma obra de valor inestimável e está permanentemente danificada. Ao tribunal, ela pediu uma avaliação para chegar a um valor, justificando que só as obras de restauração custaram 3.148 euros. Porém, o tribunal quantificou a restituição em 28.148 euros.

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O chefe do laboratório de restauração de mármore dos Museus do Vaticano, Guy Devreux, disse que, apesar dos danos à base serem menores do que ele esperava, eles continuaram permanentes. Ele também enfatizou que a base de mármore era “parte integrante da obra”.

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