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Tribunal da Argentina culpa Irã por atentado contra centro judaico em 1994

Ataque contra Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em Buenos Aires, é considerado ato terrorista mais fatal da história argentina, com 85 vítimas

Por Da Redação
Atualizado em 24 abr 2024, 18h03 - Publicado em 12 abr 2024, 15h27

A Câmara Federal de Cassação Penal da Argentina, o mais alto tribunal criminal do país, culpou o Irã pelo atentando à bomba na Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em Buenos Aires, em julho de 1994. O veredito foi divulgado na quinta-feira, 11, através de documentos judiciais que definem o ataque orquestrado pelo Hezbollah, organização paramilitar fundamentalista islâmica, e por altos funcionários do governo iraniano como “crime contra a humanidade”. Trata-se do ato terrorista mais fatal da história argentina, com 85 vítimas e centenas de feridos.

“O ataque à sede da A.M.I.A.-D.A.I.A. Veio de uma manifestação diferente de escatologia política e religiosa. Foi mais uma das ameaças concretas e projetadas no futuro contra o Ocidente, estrategicamente concebida para impedir a sua ‘integração’, destruir a sua moralidade e minar a sua resiliência na conservação dos valores judaico-cristãos e democráticos fundacionais como a igualdade perante o direito, respeito às diferenças, laicidade, liberdade de consciência e expressão, entre outros”, afirmou o texto da decisão.

A deliberação afirma que  tanto o ataque contra a Embaixada de Israel na Argentina, em 1992, que deixou 22 mortos, quanto a explosão na AMIA teriam como objetivo cumprir com “um desígnio político e estratégico” do Irã, concluíram os juízes. A acusação contra Teerã, que nega a participação, é antiga. Embora a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) tenha emitido mandados de prisão, o Irã impede a extradição dos culpados para a Argentina. Ao todo, sete iranianos e libaneses estão na lista vermelha da Interpol por participação no atentado.

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Reação à decisão

Em resposta, organizações judaicas destacaram que o veredito desta quinta-feira é “histórico” por permitir que familiares das vítimas coloquem, mais uma vez, o Irã no banco de réu. Eles podem demandar reparação integral pelo “dano causado (moral e material), mediante, entre outras medidas, uma indenização pecuniária”, de acordo com a sentença.

Em comunicado, o presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que o anúncio “põe fim a décadas de postergação e acobertamento, determinando que os ataques contra a Embaixada de Israel e a Amia foram perpetrados pelo Hezbollah, sob os auspícios de organizações estatais da República Islâmica do Irã” e que “em 10 de dezembro de 2023 [data de posse de Milei] terminou a era da impunidade na República Argentina”. A provocação faz referência ao suposto encobrimento da ex-presidente Cristina Kirchner ao assinar um memorando com o Irã, em 2013.

Menos de 24h após o parecer do tribunal, o governo da Argentina elevou alertas antiterrorismo e incrementou a segurança no país, especialmente em aeroportos, instituições religiosas judaicas e Embaixadas. Para pôr o plano em prática, a ministra da Segurança, Patrícia Bullrich, e o secretário de Estado na área, Vicente Ventura Barreiro, participaram de uma reunião nesta sexta-feira, 12. Ainda não se sabe se a Casa Rosada optará por romper relações diplomáticas com o Irã.

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