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Tribunal condena Gu Kailai à morte, mas suspende pena

A mulher do ex-líder comunista Bo Xilai teve sua sentença anunciada na noite deste domingo, após ter confessado o assassinato do empresário britânico Neil Heywood no julgamento. Punição deve ser reduzida para prisão perpétua

Por Da Redação
19 ago 2012, 22h37

O tribunal intermediário de Hefei condenou na noite deste domingo (10 horas da manhã de segunda em Pequim) a advogada Gu Kailai, esposa do ex-líder comunista chinês Bo Xilai, à pena de morte após julgá-la culpada de assassinato premeditado do empresário britânico Neil Heywood.

A punição, contudo, foi suspensa – algo comum na China, que permite comutar a pena capital por uma de prisão perpétua se, ao longo de um determinado período, Gu mostrar bom comportamento. A advogada disse que matou o empresário porque teve um “colapso mental” na época. Segundo a imprensa chinesa, líderes do Partido Comunista não decidiram pela pena de morte direta para não despertar o sentimento de pena da população em relação a Gu, que é assassina confessa do empresário.

Com isso, as autoridades buscam pôr fim ao que foi o maior escândalo dos últimos tempos na política chinesa, dois meses antes da renovação do Congresso do Partido Comunista da China, um processo que ocorre a cada dez anos. Antes de cair em desgraça em abril, era certo que Bo Xilai, até então chefe do Partido Comunista na populosa cidade de Chonqing e um dos políticos mais populares do país, seria um dos novos integrantes do Comitê Permanente do Politburo, o órgão de direção colegiada do partido.

Confissão – A chinesa fez a confissão no início de agosto e tentou explicar à Justiça como ocorreram os fatos. “Durante aqueles dias em novembro eu tive um colapso mental depois que soube que o meu filho estava em perigo. A tragédia que eu criei não foi apenas estendida a Neil, como a muitas outras famílias”, disse Gu aos juízes durante a audiência. “Eu afirmo solenemente à corte que, para manter a dignidade da lei, eu vou aceitar calmamente qualquer sentença e também espero uma decisão justa”, disse ela.

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Quatro policiais de alto escalão da cidade de Chongqing, onde o crime aconteceu e onde Bo Xilai era líder do Partido Comunista, confessaram terem encoberto o crime para serem beneficiados pelo marido de Gu.

Crime – Inicialmente, a morte de Heywood foi tratada como um caso de “ataque cardíaco”, mas a investigação foi reaberta depois que a maior autoridade em segurança de Chongqing, o chefe de polícia Wang Lijun, voltou do consulado americano de Chengdu com informações de que o empresário britânico teria sido assassinado. Segundo a Promotoria, Gu se desentendeu com Heywood em questões de negócio e passou a vê-lo como uma ameaça à segurança de seu filho, Bo Guagua.

Heywood, um expatriado que vivia com sua família em Pequim, teria ajudado o proeminente casal chinês a mandar seu filho para Harrow, um tradicional e exclusivo internato britânico, e depois para a Universidade de Oxford. Após ter desentendimentos com o casal nos negócios, Heywood teria ameaçado Bo Guagua, despertando a ira de Gu Kailai.

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O filho, que atualmente mora nos Estados Unidos, após se formar também em Harvard, saiu em defesa da mãe em comunicado enviado à CNN, afirmando que “os fatos falariam por si só”.

Segundo a versão de testemunhas no julgamento publicada pela agência chinesa Xinhua, Heywood viajou de Pequim para um hotel dos arredores de Chongqing a convite de Gu, e foi convidado a beber vinho; após sentir-se mal, vomitou no banheiro, onde a esposa de Bo lhe deu para beber uma garrafa de água na qual tinha diluído cianureto.

Após isso, Gu deixou pastilhas com sedativos no quarto para simular um acidente e colocou o aviso de “não incomodar” na porta. Por essa razão, os funcionários do hotel só descobriram o corpo do empresário no dia seguinte.

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(Com agência EFE)

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