Talibã ataca complexo internacional em Cabul, capital afegã
Há uma semana, explosão matou vários civis e soldados americanos na cidade
Militantes do Talibã lançaram um ataque de grande escala envolvendo um complexo da ONU no centro da capital afegã, Cabul, nesta sexta-feira, desencadeando explosões e cinco horas de combates contra as forças de segurança. Uma coluna de fumaça pairava sobre o centro da cidade depois do ataque, ocorrido oito dias após seis civis e soldados americanos, além nove afegãos, terem sido mortos na explosão de um carro-bomba em Cabul.
Nesta sexta, houve pelo menos quatro grandes explosões e intensas trocas de tiros entre os agressores e as forças afegãs, apoiadas por forças especiais norueguesas, de acordo com uma testemunha. Um policial afegão morreu e dez outras pessoas ficaram feridas durante o ataque, que começou às 16 horas (horário local) com a explosão de um carro-bomba do lado de fora de um complexo utilizado pela Organização Internacional para Migração (OIM).
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Dois dos combatentes que travaram uma batalha com os guardas também foram mortos e outros três ou quatro militantes invadiram um prédio abandonado do outro lado da rua, em frente ao complexo da OIM, e continuavam a lutar. “Como resultado do ataque, três funcionários da OIM e um funcionário da Organização Internacional do Trabalho (OIT) ficaram feridos”, disse o porta-voz da ONU Eduardo del Buey a repórteres em Nova York.
O Talibã, que busca expulsar as forças ocidentais e estabelecer o domínio islâmico no país, assumiu a responsabilidade do ataque, dizendo que um complexo usado pela Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) foi atacado. Apesar de a OIM não fazer parte da ONU, o órgão é afiliado às Nações Unidas no Afeganistão. Já a OIT é uma subsidiaria da ONU e opera em Cabul sob a bandeira da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (Unama).
Há crescente preocupação sobre como os 352.000 membros das forças de segurança afegãs vão lidar com os militantes do Talibã após a saída da maioria das tropas de combate da Otan até o final do próximo ano.
(Com agência Reuters)