Cerca de 20% da população de ursos pardos da Suécia pode ser morta nesta temporada de caça, que começou na última quarta-feira 20. O governo do país emitiu licenças para que os caçadores matem 486 animais, o que gerou grande controvérsia e indignação entre grupos conservacionistas.
Atualmente, estima-se que existam 2.450 ursos pardos no interior sueco, um número que tem diminuído devido ao aumento da caça licenciada. Com o rápido declínio da população desde 2022, é possível que o número real seja ainda menor.
Reação
Grupos de conservação, como a Sweden’s Big Five, criticam a emissão de tantas permissões de caça, considerando-as um grave retrocesso na preservação do urso pardo. De acordo com o grupo, que emitiu comunicado sobre o tema, a decisão representa um retrocesso “alarmante” de 100 anos de trabalho em prol da proteção da espécie.
Magnus Lundgren, diretor da Wild Wonders Foundation, que administra a Sweden’s Big Five, destacou a importância dos bichos para o equilíbrio do ecossistema. “Carnívoros selvagens são essenciais. Portanto, não estamos falando apenas sobre quantos desses animais podem ser tolerados pelos humanos. Também é sobre quantos deles precisamos para que o ecossistema funcione”, disse o especialista em entrevista à emissora americana CNN nesta quarta-feira.
O caso sueco
No início dos anos 1900, a espécie estava quase extinta na Suécia devido a políticas de erradicação. Desde então, medidas rigorosas de proteção permitiram a recuperação da população de ursos pardos, que alcançou um pico de 3.298 em 2008. Para Lundgren, a mudança recente na política do governo é “agressiva”.
Em paralelo, medidas semelhantes para lobos e linces também têm gerado críticas no país. O governo sueco defende que a caça licenciada seria uma ferramenta de controle populacional dos bichos, mas conservacionistas temem que a pressão excessiva possa comprometer a recuperação das espécies.
Os grupos de defesa dos animais propõem alternativas, como cercas para proteger o gado dos potenciais predadores, além do incentivo ao ecoturismo. A ideia principal é encontrar formas de coexistir com a vida selvagem e apoiar comunidades locais.