Sudão do Sul estudará aumento da força de paz
País vive escalada da violência nos últimos dias entre as facções leais ao presidente Salva Kiir e grupos que apoiam o vice Riek Machar
O governo do Sudão do Sul disse nesta quarta-feira que estudará um pedido da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad) para aumentar o número de soldados da força de pacificação da União Africana (UA) no país.
O ministro de Informação e porta-voz do governo do Sudão do Sul, Michael Makaui Luiz, disse em Juba que foi formada uma comissão para analisar e responder à solicitação da Igad. A organização regional africana fez o pedido em uma reunião de ministros das Relações Exteriores dos países-membros, realizada na última segunda-feira, no Quênia.
O trabalho do comitê sul-sudanês, que será presidido pelo chanceler Dineq Alur Keual, será “analisar uma maneira de responder aos pedidos da Igad”. Além disso, o órgão solicitou que a ONU seja encarregada da proteção do Aeroporto Internacional de Juba.
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Na terça-feira, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, citando os últimos relatórios divulgados pela missão no Sudão do Sul (Unmiss), disse em entrevista coletiva que o cessar-fogo declarado no país após quatro dias de combates está sendo respeitado de maneira geral. Além disso, Dujarric afirmou que o aeroporto da capital sul-sudanesa foi reaberto, mas os voos comerciais seguem suspensos.
Ontem, a ONU anunciou em Genebra que a violência entre facções leais ao presidente, Salva Kiir, e seu vice-presidente e opositor político, Riek Machar, provocou o deslocamento forçado de 36 mil pessoas em poucos dias. Milhares buscaram refúgio nas instalações da Unmiss, segundo o porta-voz.
Os combates, que forçaram a suspensão do tráfego aéreo, deixaram pelo menos 300 mortos, segundo o último balanço do governo, que só inclui, no entanto, dados da última sexta-feira.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deve manter conversas informais com os membros do Conselho de Segurança para analisar a situação. Na segunda-feira, antes do anúncio do cessar-fogo, Ban tinha pedido a imposição de um embargo de armas ao país e novas sanções contra os líderes responsáveis pela violência.
Estrangeiros – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou nesta quarta-feira o envio de quase 50 militares ao Sudão do Sul para proteger seus cidadãos e a equipe diplomática da embaixada americana em Juba, capital do país. Em carta enviada ao presidente do Congresso, o republicano Paul Ryan, Obama especificou que os 47 soldados chegaram hoje a Juba “equipados para o combate”, mas com o propósito de “proteger os cidadãos americanos e suas propriedades”.
“Este pessoal permanecerá no Sudão do Sul até que a situação de segurança não o requeira mais”, explicou Obama na carta, que notifica a execução dos poderes de guerra do Executivo.
Em meio à escalada da violência no país sul-africano, o governo da Alemanha decidiu retirar cidadãos alemães e de outras nacionalidades do Sudão do Sul. E o Ministério das Relações Exteriores da Itália anunciou também hoje que fretou um avião com 30 cidadãos italianos e também europeus que optaram por deixar o Sudão do Sul após os violentos combates dos últimos dias.
(Com EFE)