Um bombardeio na cidade de Kharkiv, na Ucrânia, atingiu o prédio em que morava Boris Romantschenko, 96, um sobrevivente do Holocausto. A informação foi divulgada nesta segunda, 21, pela fundação que mantém os memoriais de dois antigos campos de concentração nazistas na Alemanha.
“De acordo com o que soubemos de seus parentes, nosso amigo Boris Romantschenko, que sobreviveu aos campos de concentração de Buchenwald, Peenemünde, Dora e Bergen-Belsen, foi morto na sexta-feira passada em um ataque à bomba em seu prédio em Kharkiv. Estamos profundamente chocados”, relatou a fundação através de sua conta no Twitter.
Как мы узнали от его близких, наш друг Борис Романченко, который пережил нацистские лагеря #Buchenwald, #Peenemünde, #Dora и #BergenBelsen, был убит в прошлую пятницу в результате взрыва бомбы в своем доме в #Харькове. Мы глубоко встревожены. pic.twitter.com/hgJeL6gkGT
— Stift. Gedenkstätten Buchenwald und Mittelbau-Dora (@Buchenwald_Dora) March 21, 2022
Na publicação, a fundação relembrou que, em 2012, durante evento para marcar o aniversário da libertação do campo de concentração de Buchenwald, Romantschenko leu um juramento de “construir um novo mundo de paz e liberdade”.
Recentemente, ataques aéreos da Rússia também atingiram parte do complexo do Memorial do Holocausto Babi Yar, em Kiev, segundo informações do chefe do gabinete da Presidência ucraniana, Andriy Yermak. O local presta homenagem aos mais de 30 mil judeus exterminados na ocupação da região por forças nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Enquanto isso, o presidente da administração estatal na região de Kharkiv, Oleg Sinegubov, informou através de sua conta no Telegram que ontem à noite houve 58 ataques com artilharia, morteiros e vários lançadores de foguetes na área pelas forças russas.
Desde o início da guerra na Ucrânia, há pouco mais de três semanas, pelo menos 925 civis morreram por causas diretamente relacionadas ao conflito, segundo a Organização das Nações Unidas. A guerra também deixou ao menos 1.496 civis feridos, mostra o balanço divulgado pela ONU nesta segunda-feira.
Os números, no entanto, devem ser maiores, já que algumas áreas ainda não puderam ser acessadas devidamente e algumas mortes não puderam ser confirmadas.