Síria declara ‘persona non grata’ embaixadores ocidentais
Rússia e China anunciam que estão unidos a respeito da crise no país
O regime sírio de Bashar Assad declarou nesta terça-feira “persona non grata” vários embaixadores de países ocidentais, incluindo o dos Estados Unidos, em resposta à expulsão de diplomatas sírios na semana passada, anunciou o ministério das Relações Exteriores. Os diplomatas não se encontram atualmente em território sírio.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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“A Síria decidiu declarar persona non grata os embaixadores dos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Suíça, Turquia, Itália e Espanha, assim como os representantes de negócios da Bélgica, Bulgária, Alemanha e Canadá”, afirma o governo em um comunicado oficial.
Pelo menos 18 diplomatas, a maioria ocidentais, estão na lista, segundo o comunicado. Ao mesmo tempo, o documento afirma que a Síria ‘considera importante o diálogo baseado nos princípios de igualdade e de respeito mútuo entre Estados’. “A diplomacia é um meio necessário de contato para resolver os conflitos e os problemas em suspenso”, completa a nota do ministério das Relações Exteriores. Na semana, vários embaixadores ocidentais em Damasco abandonaram a Síria como uma forma de protesto pelo massacre de Hula, no qual morreram 108 civis nas mãos das tropas do governo.
China e Rússia – Também nesta terça-feira, o porta-voz da diplomacia chinesa, Liu Weimin, anunciou que os governos da China e da Rússia estão unidos a respeito da Síria. O presidente russo, Vladimir Putin, iniciou nesta terça uma visita oficial a Pequim para conversar sobre a situação no país do Oriente Médio. “A respeito da questão síria, China e Rússia permanecem em comunicação e coordenação estreitas, seja na sede das Nações Unidas, em Moscou e em Pequim”, disse Liu.
Segundo Liu, a posição das duas partes é clara para todos: deve haver uma interrupção imediata da violência e o processo de diálogo deve ser iniciado o mais rápido possível. “Membros do Conselho de Segurança da ONU, China e Rússia compartilham a mesma posição sobre estes pontos e são contrários a qualquer intervenção externa na Síria, e a uma troca de regime pela força”, completou. Os dois países vetaram duas vezes resoluções no Conselho de Segurança que ameaçavam o governo de Assad com sanções desde o início do ano, mas apoiaram o plano de paz elaborado pelo emissário internacional Kofi Annan.
(Com agência France-Presse)