Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Seul enganou garçonetes norte-coreanas para fazê-las desertar

A Coreia do Norte insistia, em 2016, que suas cidadãs tinham sido sequestradas pela Coreia do Sul

Por Da redação
11 Maio 2018, 13h17

Doze garçonetes norte-coreanas que supostamente fugiram da China para a Coreia do Sul em 2016 foram enganadas pelos serviços secretos sul-coreanos e forçadas à deserção. Na época, a história ficou conhecida como a maior deserção do regime de Kim Jong-un, mas depoimentos recentes mostram ter sido orquestrada pelo governo do sul.

Em 2016, treze norte-coreanos – doze garçonetes e um gerente – teriam fugido do restaurante em que trabalhavam na China e ingressado na  Coreia do Sul, segundo a versão dada pelo governo sul-coreano na época. A Coreia do Norte, no entanto, acusou Seul de ter sequestrado seus cidadãos.

Nesta sexta-feira, Heo Gang-il, responsável pelo restaurante Ningbo, onde eles trabalhavam na China, afirmou que foi recrutado pelos serviços secretos sul-coreanos para enganar as garçonetes e obrigá-las a ir para a Coreia do Sul.

“As 12 garçonetes não sabiam para onde iam”, disse Heo no programa JTBC’s Spotlight, um dos mais populares da televisão sul-coreana. “As mulheres se deram conta de seu destino final apenas quando chegaram ao posto da embaixada sul-coreana na Malásia, explicou.

Continua após a publicidade

Quatro das doze garçonetes contaram que, dentro da embaixada, foram obrigadas a dar seu consentimento por escrito para desertar depois de terem sido ameaçadas pelo gerente.

“Se não assinássemos nossos nomes, ele ameaçava nos entregar à polícia de segurança da Coreia do Norte por assistirmos a dramas de televisão sul-coreanos. Eu não tive escolha”, disse uma das mulheres. “Eu gostaria de poder voltar atrás na minha decisão”.

Continua após a publicidade

O gerente afirmou que enganou as mulheres em troca da promessa de receber um emprego e uma medalha do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS, na sigla em inglês). Procurado pela agência Reuters, o NIS não quis comentar.

Alguns observadores suspeitam que a falsa deserção foi orquestrada pela então presidente Park Geun-hye para tentar ganhar votos. Na época, o governo justificou a deserção como resultado da admiração das garçonetes pela Coreia do Sul.

A revelação ocorre em um momento delicado para os governos das duas Coreias. Depois de décadas de tensões, que diversas vezes quase se desdobraram em uma nova guerra, os países decidiram tentar a reaproximação. No dia 27 de abril, o líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente sul-coreano Moon Jae-in se reuniram pela primeira vez para discutir o fim da guerra entre as nações (que tecnicamente persiste) e a possível desmilitarização da Península Coreana.

Continua após a publicidade

(Com AFP e Reuters)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.