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Sem citar Maduro, Brasil expressa ‘preocupação’ com eleição na Venezuela

Período de inscrição de candidaturas nas eleições venezuelanas chegou ao fim à meia-noite de segunda-feira marcado por controvérsias

Por Da Redação
Atualizado em 26 mar 2024, 19h47 - Publicado em 26 mar 2024, 14h22

O Ministério das Relações Exteriores expressou, em nota, nesta terça-feira, 26, “preocupação” com o processo eleitoral na Venezuela. O período de inscrição de candidaturas nas eleições venezuelanas chegou ao fim à meia-noite de segunda-feira marcado por controvérsias, incluindo a não habilitação do acesso da candidata Corina Yoris, que passou a representar a oposição a Nicolás Maduro, após ser indicada pela vencedora das primárias María Corina Machado, inabilitada a concorrer pelo Supremo.

“Esgotado o prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas, na noite de ontem, 25/3, o governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral naquele país”, diz o documento do Itamaraty. “Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”.

Os acordos de Barbados, firmados em outubro do ano passado, entre o governo venezuelano e forças da oposição, estabeleceram parâmetros para as eleições presidenciais deste ano.

O texto do Itamaraty, no entanto, não cita nominalmente o nome do líder Nicolás Maduro. “O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil”, diz a nota. 

+ Ex-rival de Chávez enfrentará Maduro após cerco a candidatura da oposição

Segundo a Plataforma Unitária Democrática, Yoris não conseguiu realizar seu cadastro digital no prazo de cinco dias estabelecido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), primeiro passo para a inclusão do candidato no sistema eleitoral. Assim, a professora universitária de 80 anos, que já era a “segunda opção”, não poderá enfrentar Maduro nas urnas no próximo 28 de julho. Manuel Rosales, um ex-rival do falecido Hugo Chávez, despontou como o principal adversário do atual chefe de Estado.

Entre os candidatos que conseguiram fazer a inscrição estão (claro) Maduro, o ex-preso político Daniel Ceballos, o comediante Benjamín Rausseo, o pastor evangélico Javier Bertucci, e Rosales. O presidente do CNE, Elvis Amoroso, confirmou que o partido Um Novo Tempo (UNT), uma das legendas que integram a coalizão PUD, registrou Rosales com sucesso.

Minutos antes do anúncio do registro de Rosales, a Plataforma Unitária Democrática denunciou que “nunca” teve acesso ao sistema de candidaturas na plataforma online do CNE desde que o processo foi aberto, na quinta-feira da semana passada, 21 de março.

“Informamos à opinião pública nacional e ao mundo que temos trabalhado o dia todo, para tentar exercer o nosso direito constitucional de nomear o nosso candidato, mas não foi possível”, disse um dos líderes da coalizão opositora, Omar Barboza, em comunicado em vídeo.

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A PUD desejava registrar a candidatura de Yoris, indicada como substituta de María Corina, que venceu com mais de 90% dos votos as primárias da aliança opositora no ano passado. Ela era favorita nas pesquisas, mas foi inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos.

Em entrevista às Páginas Amarelas de VEJA, Machado havia dito que as eleições na Venezuela não poderiam ser consideradas livres caso ela não fosse permitida a participar, dado que havia sido escolhida como representante da oposição por voto popular. E profetizou: “O regime vai continuar cortando a cabeça de candidato após candidato até encontrar um fraco suficiente que seja capaz de derrotar”.

Resposta da Venezuela

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela repudiou a nota brasileira, afirmando que o comunicado é “cinzento e intervencionista” e “parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, no qual são emitidos comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”.

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