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Se Rússia quisesse envenenar Navalny, ele estaria morto, diz Putin

Em entrevista, presidente russo afirmou que serviço secreto monitorava proeminente opositor, mas negou participação em envenenamento

Por Da Redação 17 dez 2020, 17h19

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, rejeitou nesta quinta-feira, 17, alegações de ligam o serviço secreto russo ao envenenamento quase fatal do opositor Alexei Navalny com um agente nervoso do tipo Novichok. Segundo Putin, se a Rússia tivesse intenção de matar o político, ele estaria morto.

De acordo com Putin, Navalny teria ligações com a Inteligência dos Estados Unidos, por isso seria monitorado por agentes russos.

“O paciente da clínica de Berlim tem o apoio dos serviços especiais americanos. E, por isso, deve ser vigiado pelos serviços especiais. Mas isso não significa que tivessem de envenená-lo”, disse, em referência ao hospital para o qual Navalny foi levado na Alemanha depois de ser transferido de outro hospital na cidade de Omsk, na Sibéria.

“Se quiséssemos isso, então se teria sido feito o necessário (Navalny estaria morto)”, afirmou em sua entrevista coletiva anual.

Se negando a pronunciar o nome do adversário político, ele rejeitou a recente investigação divulgada por vários meios de comunicação, entre eles a rede americana CNN e o alemão Der Spiegel, que atribui a responsabilidade do envenenamento ao FSB, os serviços secretos russos, herdeiros da KGB.

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“Isso não é uma investigação, mas a legitimação de conteúdos (elaborados) pelos serviços especiais americanos”, afirmou.

De acordo com a investigação, baseada na análise de dados por telefone e de vazamento de informação online na Rússia, agentes do FSB, especializados em armas químicas, seguiram o opositor desde 2017. Eles estiveram presentes em 20 de agosto em Tomsk, cidade siberiana onde aconteceu o envenenamento, segundo a investigação.

Ferrenho crítico ao governo russo, Navalny, 44 anos, ficou gravemente doente em 20 de agosto por envenenamento pouco depois de embarcar em um voo na Sibéria, para onde viajou para participar na campanha da oposição nas eleições locais e regionais.

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A reportagem não estabelece, porém, qualquer contato direto entre esses agentes e Navalny, nem qualquer prova de que se tenha passado para a ação, ou de alguma ordem dada nesse sentido.

A equipe de Navalny afirma que foram encontrados vestígios de Novichok em uma garrafa retirada de seu quarto de hotel na Sibéria, onde estava para participar da campanha de apoio aos candidatos de oposição nas eleições locais.

Putin afirmou que Navalny já havia inventado problemas de saúde no passado e cometeu atos ilegais. Ele também justificou a ausência de uma investigação oficial na Rússia sobre o ocorrido, porque as autoridades de Berlim e Paris não enviaram a Moscou as análises efetuadas em seus laboratórios.

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As relações entre a Rússia e os países ocidentais, especialmente com a Alemanha, foram afetadas pela questão. Moscou recebeu exigências de explicações sobre o ocorrido e autoridades europeias mencionaram a possibilidade de considerar “todo tipo de sanções”, em caso contrário.

Em outubro, a União Europeia (UE) anunciou oficialmente a adoção de sanções contra seis colaboradores do presidente russo pelo envenenamento. A lista de funcionários afetados pelas sanções inclui o chefe da Direção de Política Interna da Presidência russa, o diretor do Serviço Federal de Segurança, dois vice-ministros da Defesa, um alto funcionário do Gabinete Executivo da Presidência e o representante de Putin na Sibéria.

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