O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, confirmou nesta terça-feira, 6, a previsão de que 70% da população do país, ou seja, 33 milhões de pessoas, serão vacinados contra o novo coronavírus até o fim de agosto deste ano. A estimativa, segundo Sánchez, é “prudente e conservadora” para um país em que vivem atualmente 47 milhões de pessoas.
Até agora, foram aplicadas 8,7 milhões de doses de vacinas, sendo que 2,8 milhões de habitantes receberam tanto a primeira quanto a segunda. De acordo com o chefe do Executivo, ao menos 5 milhões de espanhóis estarão completamente imunizados até o fim de abril, número que deve progredir para 25 milhões até 19 de julho.
O presidente do governo anunciou ainda a intenção do Executivo de não prorrogar o atual estado de emergência vigente desde 25 de outubro do ano passado, ao contrário do que era especulado. O regime permite que as autoridades regionais restrinjam o deslocamento de pessoas e apliquem toques de recolher, entre outras medidas.
Na semana passada, mais vacinas contra a Covid-19 chegaram à Espanha do que em todo o mês de janeiro: dois milhões de doses, quase um quinto de todas as que o país recebeu desde o início da campanha de imunização. Até o fim do segundo trimestre do ano, o país deve receber um total de 30 milhões de doses.
Para manter o ritmo de vacinação, a maioria das regiões do país está abrindo postos de vacinação em massa. Eles são um complemento e visam evitar congestionamentos de centros de saúde, que também são uma parte fundamental da campanha de imunização.
Alcançar a meta de 70% depende de duas coisas, segundo o jornal espanhol El País: a primeira é que o número esperado de vacinas seja realmente entregue (o que não aconteceu no primeiro trimestre), e a segunda é que haja capacidade suficiente para distribuí-las (o que, de acordo com especialistas, não deve ser um problema).
A campanha de vacinação é uma corrida contra um tempo, à medida que a porcentagem de leitos de terapia intensiva ocupados com pacientes com coronavírus aumenta.
De acordo com o relatório mais recente, 19,1% das camas de UTI estão indisponíveis, uma taxa de “alto risco” de acordo com o Ministério da Saúde. Fora isso, regiões como Madrid, Catalunha, La Rioja e Melilla têm atualmente mais de um terço de seus leitos de UTI ocupados por pacientes com Covid-19.
A incidência de novas infecções também cresce há alguns dias, chegando nesta segunda-feira 5 a uma média móvel de 163 casos a cada 100.000 habitantes. Esse aumento já se refletiu nas internações, que também estão subindo – o número cresceu 4,45% desde 1º de abril.
A esperança é que, com o aumento da vacinação, tanto internações quanto óbitos caiam, controlando um possível novo colapso do sistema de saúde.
(Com EFE)