O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou na segunda-feira, 25, que há um risco “considerável” de uma Terceira Guerra Mundial acontecer e apontou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como responsável pelo risco do conflito armado se espalhar além da Ucrânia.
As declarações do chanceler do governo de Vladimir Putin foram dadas após uma reunião de autoridades dos Estados Unidos com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que tinha como pauta o fornecimento de armas à Kiev.
Em entrevista a um canal de televisão russo, Lavrov acusou a Otan de se envolver em uma “guerra por procuração”, ao interferir no conflito entre Rússia e Ucrânia. “A Otan, em essência, está engajada em uma guerra com a Rússia por meio de um procurador e está armando esse procurador”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade uma Terceira Guerra Mundial, o chanceler disse que “O perigo é sério, real. E não devemos subestimá-lo”. Na mesma ocasião, o ministro de Putin também não descartou o risco de guerra nuclear.
As declarações de Lavrov foram dadas um dia após o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin encontrarem o presidente Zelensky em Kiev. Marcada como a visita mais importante de representantes do país desde o início da guerra na Ucrânia, a reunião teve como pauta o apoio militar à tropas ucranianas.
Em entrevista coletiva após o encontro, Austin disse explicitamente que os Estados Unidos querem ver as capacidades militares da Rússia enfraquecidas e afirmou que Moscou já perdeu poder de fogo.
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Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, o chefe de Estado ucraniano faz apelos por ajuda dos aliados ocidentais no combate às ofensivas russas. Em resposta, vários países membros da aliança militar liderada pelos Estados Unidos se comprometeram nos últimos dias a enviar armas pesadas e equipamentos para Kiev, apesar dos protestos de Moscou.
Nesta terça-feira, 26, a ministra da Defesa da Alemanha, Christine Lambrecht, confirmou a entrega de tanques à Ucrânia. A medida marca uma mudança clara na política cautelosa de Berlim sobre o apoio militar a Kiev.
Dados publicados pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) nesta segunda-feira 25 apontaram que a invasão na Ucrânia elevou o orçamento militar em diversos países. De acordo com a pesquisa, os gastos globais com armamentos, sistemas de defesa antimísseis, drones e caças de alta tecnologia superaram a faixa dos US$ 2 trilhões pela primeira vez no ano passado.