Rússia diz que ataque químico na Síria foi encenação estrangeira
O ministro de relações exteriores russo afirmou ter provas de que agências especiais de “um Estado” fabricou o ataque
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, classificou de “encenação”, nesta sexta-feira, o suposto ataque químico ocorrido na semana passada na Síria.
“Dispomos de provas irrefutáveis de que se tratou de uma nova encenação e de que os serviços especiais de um Estado atualmente em primeira linha de uma campanha russofóbica participaram dela”, declarou Lavrov em entrevista coletiva.
Segundo socorristas em zonas rebeldes e a ONG Syrian American Medical Society, dezenas de pessoas foram mortas em 7 de abril em Duma em um ataque com “gás tóxico”, atribuído por países ocidentais ao governo Bashar al-Assad. Damasco nega qualquer envolvimento.
Na quarta-feira, o Exército russo acusou os capacetes brancos, como são chamado os socorristas, de terem “encenado diante das câmeras um ataque químico contra civis”.
Donald Trump e vários de seus aliados ocidentais ameaçaram lançar ataques para punir Damasco. Nesta sexta, Lavrov pediu a Washington que use com Moscou “métodos diplomáticos, que não incluam ultimatos e ameaças”.
Advertindo contra uma intervenção militar e um cenário similar na Líbia e no Iraque, o chanceler russo lembrou que “mesmo excessos insignificantes provocarão novas ondas de migrantes na Europa e outros acontecimentos, de que nós, nem nossos parceiros europeus, temos necessidade”.
Em uma alusão direta aos Estados Unidos, afirmou que essa onda migratória pode “alegrar aqueles que estão protegidos por um oceano” e que vão usar esse processo, segundo ele, para “continuar a dividir essa região para seus projetos geopolíticos”.
Uma missão de apuração de fatos da Organização para a Proibição de Armas Químicas deve chegar a Duma. O governo sírio disse que facilitaria a investigação da missão.
(Com AFP e Estadão Conteúdo)