Rússia demonstra preocupação após ataque de Israel à Síria
Vladimir Putin ligou nesta segunda-feira para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para falar sobre a situação na região
Por Da Redação
6 Maio 2013, 13h08
A tensão no Oriente Médio cresceu nesta segunda-feira após informações sobre um ataque aéreo israelense na Síria no domingo. A Rússia expressou preocupação com o aumento da possibilidade de uma intervenção militar estrangeira na Síria.
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“Estamos seriamente preocupados com os sinais de preparação da opinião pública global para uma possível intervenção armada no prolongado conflito interno na Síria”, disse o porta-voz do Ministério da Relações Exteriores da Rússia, Alexander Lukashevich, em comunicado. Segundo o governo russo, essas preocupações resultam em parte de relatos da imprensa sobre a suposta utilização de armas químicas no conflito sírio, em que mais de 70.000 pessoas morreram em dois anos. A Rússia é aliada de Bashar Assad e já usou seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para bloquear sanções contra a Síria.
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“A nova escalada do confronto armado aumenta drasticamente o risco de criação de novas áreas de tensão, além da Síria, no Líbano, e a desestabilização do ambiente até agora relativamente calmo na fronteira libanesa-israelense”, acrescentou Lukashevich. “A internacionalização do extremamente perigoso e destrutivo conflito interno na Síria não deve ser permitida”, disse ele, pedindo “esforços decisivos destinados a mudar os acontecimentos na Síria de forma pacífica”.
O governo de Assad considerou os ataques aéreos como equivalentes a uma “declaração de guerra” e ameaçou retaliar. Um parlamentar israelense disse, nesta segunda-feira, que os ataques não foram destinados a enfraquecer Assad diante da rebelião contra seu governo, mas sim garantir que o libanês Hezbollah, aliado de Assad, não receba armamentos de alta tecnologia.
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Quarenta e dois soldados sírios morreram e o destino de outros cem ainda é desconhecido, indicou a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos, após o ataque israelense lançado na madrugada deste domingo contra três posições militares ao norte de Damasco.
Diplomacia – Putin ligou nesta segunda-feira para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para falar sobre a situação na Síria. Segundo informou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, os dois líderes trataram “da situação na região (do Oriente Médio) e a situação na Síria”.
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Previamente, a chancelaria russa havia informado que está estudando “todas as circunstâncias relacionadas com os particularmente alarmantes relatórios sobre os ataques aéreos perpetrados nos dias 3 e 5 de maio por Israel contra instalações no subúrbio de Damasco”.
A China, também aliada de Assad, rejeitou nesta segunda-feira o uso da força. “Nós nos opomos ao uso da força militar e acreditamos que a soberania de qualquer país deve ser respeitada”, disse a porta-voz da chancelaria chinesa, Hua Chunying. “A China também exorta todas as partes a começarem da base a proteger a paz e a estabilidade regionais, manterem a moderação e evitarem tomar quaisquer ações que possam aumentar as tensões e, em conjunto, salvaguardarem a paz e a estabilidade regionais”, completou. As declarações foram dadas no dia em que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, iniciou uma visita oficial à China.
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Armas químicas – Também nesta segunda-feira, a comissão de investigação internacional independente sobre a Síria, formada pela ONU, afirmou, em um comunicado, que “não conseguiu os resultados que permitam concluir que foram utilizadas armas químicas pelas partes em conflito”. “Em consequência e até o presente, a Comissão não está em condições de comentar essas alegações”, diz o comunicado, que contradiz as declarações à imprensa de um de seus membros, a procuradora suíça Carla del Ponte, que falou sobre a utilização de gás sarin pelos rebeldes. A procuradora afirmou que os rebeldes sírios utilizaram armas químicas e recorreram ao gás sarin (potente gás neurotóxico).
(Com agências EFE, France-Presse e Reuters)
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