Líderes russos declararam vitória nesta quarta-feira, 28, em uma série de “referendos” na Ucrânia, para decidir se quatro regiões ocupadas por Moscou se tornariam parte da Rússia. As votações foram condenadas pelas Nações Unidas, enquanto o Kremlin se prepara para usar os resultados com objetivo de anexar as regiões ucranianas após uma série de reveses militares.
Dmitry Medvedev, vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, escreveu em seu canal oficial do Telegram nas primeiras horas desta quarta-feira que os referendos haviam terminado. “Os resultados são claros”, acrescentou. “Bem-vindos à Rússia.”
O chefe da autodenominada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, postou no Telegram que todas as cédulas já foram contadas em sua região, com 99,23% dos votos a favor da entrada na Federação Russa.
A declaração de Moscou marca uma nova escalada na guerra na Ucrânia, e também no conflito indireto entre a Rússia e os Estados Unidos e seus aliados europeus. As cédulas foram condenadas como uma “violação da Carta das Nações Unidas e do direito internacional” pelo secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres.
O Exército russo não controla totalmente o território de nenhuma das quatro regiões onde as votações foram realizadas, e combates ainda estão acontecendo em todas elas.
O Kremlin convocou as votações depois que suas forças sofreram suas piores derrotas militares para a Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro. Putin também pediu uma “mobilização parcial” para convocar 300.000 reservistas.
O presidente ucraniano, Volodomyr Zelenskiy, rejeitou os resultados em uma declaração na quarta-feira em sua página oficial no Facebook.
“Nenhuma das ações criminosas da Rússia mudará nada para a Ucrânia”, escreveu ele. “Essa farsa no território ocupado não pode nem ser chamada de imitação de referendo.”