Rússia: a infância na mira
O adolescente Ilnaz Galyaviev, de 19 anos, invadiu uma escola na cidade de Kazan, e matou sete crianças

Tragédia recorrente nos Estados Unidos, os tiroteios em escolas e jardins de infância parecem provocar terríveis imitações — no Brasil, em 4 de maio, um jovem de 18 anos invadiu uma creche na cidade de Saudades, no oeste de Santa Catarina, e matou duas professoras e três crianças com menos de 2 anos. O homem portava duas facas e segue internado em estado grave após golpear o próprio corpo. Agora, as imagens de choque e horror brotaram na Rússia. O adolescente Ilnaz Galyaviev, de 19 anos, invadiu uma escola na cidade de Kazan, capital da República do Tartaristão, a 800 quilômetros de Moscou, e matou sete crianças, a maioria na faixa dos 7 aos 9 anos, e dois adultos. Uma das vítimas foi a professora de inglês Elvira Ignatyeva, 25, baleada depois de usar seu corpo de escudo para proteger os alunos. Outros dezoito adolescentes e três funcionários do colégio também foram baleados e tiveram de ser levados às pressas para o hospital. Nas imagens que se espalharam pelas redes sociais há cenas assustadoras de crianças que saltam em fuga pelas janelas do edifício. A resposta do mundo político, pressionado pela comoção popular, seguiu o padrão semelhante ao de outras tragédias de mesmo gênero. O presidente russo Vladimir Putin afirmou que revisará as leis de porte de armas do país pelos civis. O criminoso utilizou um poderoso rifle semiautomático, que pode ser facilmente adquirido no comércio russo por apenas 280 dólares, o equivalente a pouco mais de 1 400 reais. É engrenagem criminosa que precisa ser estancada.
Publicado em VEJA de 19 de maio de 2021, edição nº 2738