Um grupo de nacionalistas que levavam espetos com carne e usavam colares de salsicha invadiu um restaurante vegano no centro da cidade de Tbilisi, na Geórgia, e atacou clientes e proprietários no último domingo. A ação foi considerada pela equipe do estabelecimento como uma afronta à forma de vida alternativa.
Os frequentadores assistiam a um filme quando pelo menos 15 pessoas entraram no local rindo e falando alto, de acordo com o site Georgia Today. Quando foram repreendidos, os membros do grupo mostraram carnes grelhadas, salsichas e peixes “e começaram a comê-los e jogá-los” nos presentes, afirmaram os donos do Kiwi Café em um comunicado no Facebook. Os invasores também acenderam cigarros, outra prática proibida no local.
Testemunhas do caso descreveram os agressores como “manifestantes de extrema-direita” e contaram que a confusão se intensificou quando o grupo passou a ser violento, agredindo os clientes. Segundo o jornal The Guardian, a briga seguiu para a frente do estabelecimento e pequenos ferimentos foram reportados, porém, os responsáveis pelo ataque fugiram antes da chegada da polícia.
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Na nota publicada pelo restaurante na segunda-feira, o incidente foi descrito como “uma ação provocativa anti-vegana” e os invasores acusados de serem “neo-nazistas”. De acordo com os empresários, os extremistas são membros do grupo Bergmann, que apoia ideais facistas, e estariam rondando a região há um mês. Segundo o comunicado, eles já haviam perguntado em lojas vizinhas se homossexuais, estrangeiros e punks costumam frequentar o local.
O caso acontece em meio ao preocupante fortalecimento do nacionalismo de extrema-direita na Geórgia, localizada na fronteira entre a Europa e a Ásia. O Kiwi, que a abriu há cerca de um ano, é popular entre turistas e emprega funcionários de língua inglesa, além de moradores locais. Na semana passada, centenas de manifestas comemoraram a independência da União Soviética, em 1991, marchando no centro da capital Tbilisi com bandeiras e cartazes contra o comunismo. O slogan “Geórgia para Georgianos”, adotado pelo grupo, recordou as inimizades étnicas que agitaram o país em conflitos pós-separação.
(Da redação)
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