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Relações entre Grã-Bretanha e Irã são historicamente marcadas pela tensão

Por Da Redação
29 nov 2011, 15h04

A invasão de um grupo de estudantes islâmicos nesta terça-feira na embaixada britânica em Teerã é o último incidente das já tensas relações bilaterais entre a Grã-Bretanha e o Irã, cuja história está marcada pelo rancor e desconfiança.

As relações bilaterais se deterioraram nos últimos anos pela insistência iraniana a continuar com seu programa nuclear, que o Ocidente suspeita que esconda alvos militares, apesar de Teerã defender que os fins são puramente civis. Por causa da suspeita, fundamentada em um recente relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o programa iraniano, o governo britânico decidiu na semana passada suspender as relações financeiras entre os dois países, inclusive todo contato com o Banco Central iraniano.

Reação – Uma maioria parlamentar iraniana aprovou uma lei para diminuir as relações com a Inglaterra ao nível de encarregado de negócios, o que significa a retirada dos embaixadores. O governo britânico afirmou que segundo as leis internacionais, inclusive a Convenção de Viena, o Irã é obrigado a proteger os diplomatas e embaixadas presentes em seu território, depois que os estudantes arrancaram a bandeira britânica nesta terça-feira, saquearam documentação e causaram danos materiais.

Esta nova tensão se acrescenta às situações inconstantes que marcaram os vínculos bilaterais nos últimos 60 anos, desde 1951, quando o governo iraniano decidiu nacionalizar a Companhia Petrolífera Anglo-Iraniana.

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Tensões – Desde então os países tiveram relações tumultuadas, com episódios como o fechamento da embaixada britânica em Teerã em 1979 por causa da revolução islâmica, a invasão à embaixada iraniana em Londres em 1980, o caso do escritor anglo-indiano Salman Rushdie e a detenção de vários membros da Marinha britânica no Irã em 2007, acusados de entrar em águas territoriais iranianas.

Quando a Grã-Bretanha fechou sua embaixada em 1979, seus interesses no Irã foram atendidos pela embaixada suíça. Os dois países esperaram para normalizar suas relações até 1988, quando Londres reabriu sua embaixada.

Entretanto, nos anos transcorridos a desconfiança marcou os vínculos entre o então governo de Margaret Thatcher e o regime do Aiatolá Khomeini e teve um momento particularmente tenso quando seis iranianos armados invadiram a embaixada do Irã em Londres, onde tomaram 22 pessoas como reféns. Um dos reféns foi morto quando as forças especiais britânicas SAS entraram na embaixada, o que resultou também na morte de cinco terroristas, enquanto outro foi detido.

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Mudanças – Um ano depois da reabertura da embaixada britânica em Teerã, Khomeini emitiu, em fevereiro de 1989, uma condenação a morte contra Salman Rushdie por considerar blasfemo para o Islã seu livro ‘Os Versos Satânicos’, situação que obrigou o escritor a se esconder durante anos para impedir que fosse assassinado. Este grave incidente contra um cidadão britânico motivou a ruptura das relações entre os dois países, restabelecidas em 1990, embora em princípio no nível de encarregado de negócios.

Em setembro de 1998, com um novo governo na Grã-Bretanha, do trabalhista Tony Blair, os vínculos avançaram até a categoria de embaixador, o que supôs a normalização das relações. Três anos depois, o então ministro de Relações Exteriores, Jack Straw, viajou para Teerã e se transformou no primeiro chefe da diplomacia britânica a visitar o Irã desde 1979.

Mas a aparente normalidade dos vínculos bilaterais não perduraria por muito tempo, já que em 2003 começou a crescente preocupação do Reino Unido pelo desenvolvimento nuclear iraniano. Em março de 2007, 15 membros da Marinha britânica foram detidos nas águas do Golfo, o que motivou outro incidente entre os dois países, apesar da libertação dos militares por ordem do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que afirmou em entrevista coletiva na televisão que o ato era um ‘presente’ a Blair.

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(Com agência EFE)

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