O Reino Unido se juntou nesta terça-feira, 12, ao grupo de países e companhias aéreas que suspenderam os voos com o Boeing 737 MAX depois do acidente, no domingo 10, de um avião da Ethiopian Airlines que provocou 157 mortes.
“Por medida de precaução, demos instruções de parar todos os voos comerciais de passageiros de qualquer companhia, partindo, ou chegando, ao Reino Unido, ou sobrevoando o espaço aéreo”, afirmou a Autoridade da Aviação Civil britânica (CAA).
Coreia do Sul, Austrália, Singapura, Omã e Malásia publicaram nesta terça ordens para que os voos com o modelo Boeing 737 MAX 8 fossem suspensos em seus espaços aéreos. Na mesma direção, as companhias Aerolíneas Argentinas e Norwegian anunciaram a interrupção temporária dos voos de seus aviões 737.
A Norwegian, terceira maior companhia aérea de baixo custo na Europa e que no ano passado transportou 37 milhões de passageiros, dispõe de dezoito aviões desse modelo, que usa nas suas rotas transatlânticas entre a costa leste dos Estados Unidos e a Grã-Bretanha e a Irlanda. Já a companhia argentina possuí cinco aeronaves do modelo americano.
No Brasil, a Gol anunciou na noite desta segunda-feira 11 que suspendeu a operação de suas sete aeronaves do mesmo modelo da corporação americana. A empresa aérea é a única brasileira a utilizar o Boeing 737 MAX 8.
Além disso, Etiópia, China, Indonésia e Mongólia já haviam anunciado a mesma medida após a queda do avião da Ethiopian Airlines.
A decisão do Reino Unido suspende os voos com os Boeing 737 MAX 8 e Boeing 737 MAX 9, diferentemente das ordens dos outros países, que só proíbem o tipo mais antigo. O modelo 8 foi o utilizado no voo que caiu no domingo 10 na Etiópia.
Pouco depois de decolar, a aeronave caiu perto da cidade de Bishoftu, a 42 quilômetros da capital do país africano, Adis Abeba. O acidente não deixou sobreviventes.
Problemas com o modelo
O Boeing 737 Max 8 também é o modelo do avião que caiu na Indonésia em 29 outubro do ano passado, deixando 189 mortos. A aeronave pertencia à companhia Lion Air e tinha três meses de uso — a investigação ainda não chegou a uma conclusão sobre a causa da tragédia.
Desde o primeiro acidente, o 737 Max enfrenta ceticismo por parte da comunidade aeroespacial. O programa apresentou problemas ainda na fase de desenvolvimento.
Em maio de 2017, a Boeing interrompeu os testes de voo dos 737 Max devido a problemas de qualidade do motor produzido pela CFM International, empresa de propriedade conjunta da Safran Aircraft Engines e GE Aviation.
O último acidente representa um grande golpe para a Boeing, cujos aviões Max são a última versão do 737, sua aeronave mais vendida de todos os tempos, com mais de 10.000 aparelhos produzidos.
A fabricante divulgou estar “profundamente entristecida” com o acidente da Ethiopian Airlines, e acrescentou que uma equipe técnica auxiliará nas investigações.
(Com AFP e EFE)