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Refugiados ucranianos são cada vez mais alvos de exploração sexual

Segundo pesquisa, desde a invasão russa, o interesse por busca de pornografia envolvendo pessoas do país teve um aumento significativo

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 mar 2023, 14h56 - Publicado em 26 mar 2023, 14h18

Uma pesquisa da Thomson Reuters, empresa multinacional de comunicação, apontou que refugiados ucranianos são cada vez mais alvos de exploração sexual. Segundo a análise, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, houve um aumento significativo no tráfego de mecanismos de busca para pornografia que supostamente apresenta refugiados ucranianos.

Os pesquisadores também apontaram para a possibilidade de esses refugiados serem vítimas de traficantes no local e de cibervoyeurs. Eles acreditam que o aumento do interesse pode estar encorajando os traficantes a agir com mais frequência e maior impunidade.

A análise das tendências de pesquisa na internet descobriu ainda que as visualizações de vídeos pornográficos que alegam mostrar refugiados ucranianos aumentaram nos últimos seis meses. Um instantâneo de 13 vídeos com refugiados ucranianos mostra que eles foram vistos 275.000 vezes em janeiro.

O tráfego de pesquisa mundial para termos exploratórios, como “pornografia ucraniana”, tem estado consistentemente em níveis mais altos, por isso a organização pediu uma ação urgente para fortalecer as proteções para mulheres e crianças ucranianas que correm risco de exploração sexual.

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A Thomson Reuters também está trabalhando com a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para aumentar a conscientização sobre essa exploração sexual. Eles lançaram uma campanha chamada Be Safe para encorajar a comunidade global a fornecer informações de segurança aos ucranianos e ajudar a identificar os sinais de alerta dos traficantes.

“Já encontramos evidências diretas de tentativas de recrutamento em chats usados por ucranianos e um aumento na propaganda de ucranianos online”, declarou Valiant Richey, representante especial da OSCE e coordenador de combate ao tráfico de seres humanos. “A alta demanda dos homens por acesso sexual a mulheres e meninas ucranianas cria um enorme incentivo para os traficantes recrutarem pessoas vulneráveis para atender a essa demanda e lucrar com isso”.

Os novos dados são baseados em “pontuações de interesse”, que se relacionam diretamente com o tráfego de pesquisa e comparam a popularidade de um termo em um período específico.

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Análises anteriores em 2022 descobriram que as pesquisas globais na internet por termos de exploração sexual especificamente relacionados a refugiados ucranianos aumentaram após o início da guerra. Em março de 2022, a pesquisa constatou um aumento global de 300% nesses termos.

No Reino Unido, houve um aumento de 200% nas buscas por “acompanhantes ucranianos” em comparação com seis meses antes do início da guerra, enquanto na Espanha houve um aumento de 600% nas buscas pelo termo “pornografia ucraniana” e na Polônia um aumento de 130%. Também houve um aumento nas buscas por esses termos na Áustria, República Tcheca, Dinamarca, França e Suíça. “Esta análise mostra o quão crucial é manter seguras as mulheres e crianças que fogem da guerra”, diz Richey.

Uma audiência no Parlamento Europeu em novembro do ano passado ouviu evidências de que os ucranianos corriam alto risco de acabar em redes de prostituição ou na indústria pornográfica e que muitos eram cada vez mais recrutados por meio de plataformas online. “Nossa última análise de dados de 2023 mostra que a demanda da internet por material depreciativo relacionado a ucranianos deslocados está levando os traficantes a coagir, atrair e aliciar mulheres e crianças para a exploração sexual”, disse Heather Fischer, consultora sênior para crimes de direitos humanos da Thomson Reuters. “Estamos em parceria com a OSCE para mobilizar a comunidade global a reconhecer a necessidade de agir agora e proteger as pessoas vulneráveis da exploração”, finalizou.

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