Redes sociais bloqueiam milhares de conteúdos após nova lei alemã
A reforma legal obriga as empresas a analisar conteúdos denunciados pelos usuários e, se preciso, tirá-los do ar em toda a Alemanha em menos de 24 horas
Redes sociais como o YouTube, Twitter e Facebook foram obrigadas a bloquear dezenas de milhares de conteúdos na Alemanha em cumprimento de uma controversa lei nacional contra a divulgação de mensagens de ódio, que passou a valer no início do ano.
Os gigantes das internet publicaram hoje (27) os dados do primeiro semestre de aplicação da reforma legal, que os obriga a analisar os conteúdos denunciados pelos usuários e, se for preciso, fazer com que não sejam visíveis na Alemanha em menos de 24 horas.
Em média, 82% das queixas dos usuários não foram consideradas pertinentes pelas empresas, o que alivia, em parte, o temor de que a nova norma pudesse legitimar a censura no país, como afirmam os críticos da reforma.
O Youtube recebeu, segundo seus próprios registros, 214.827 queixas em relação ao conteúdo de publicações – a maioria por “ódio ou extremismo político” – e bloqueou 58.297 conteúdos, 27% do total.
O Facebook reportou, por sua vez, 886 denúncias sobre 1.704 publicações, das quais 362 foram bloqueadas, 21% do total. As queixas se baseavam, principalmente, em acusações de difamação e de crime de ódio.
Já o Twitter recebeu 264.816 reclamações, que resultaram em 28.645 conteúdos bloqueados, 11% do total. A maioria das denúncias foi motivada por crimes de incitação ao ódio racial, difamação e uso de símbolos inconstitucionais.
Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, as diferenças entre o número de denúncias nas distintas redes sociais tem a ver com as particularidades de cada uma. A publicação afirma que o Facebook tende a recusar mais denúncias, enquanto o Twitter apresenta uma taxa de bloqueio menor por ter uma natureza eminentemente política.
(Com EFE)