Rebeldes sírios afirmam que encontraram 40 corpos em porão
Corpos estavam em prédio no subúrbio de Damasco e foram executados sumariamente. Presidente Francês recebe delegação de rebeldes
A oposição na Síria informou nesta terça-feira a descoberta de 40 corpos em um porão na localidade de Moadamiya al Sham, no subúrbio de Damasco, onde também morreram hoje pelo menos 16 pessoas por causa dos bombardeios das forças governamentais. Segundo fontes rebeldes, as vítimas foram executadas de forma sumária.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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Os bombardeios e ataques das tropas leais ao regime do ditador Bashar Assad ao povoado de Moadamiya al Sham seguem desde segunda-feira. O governo tenta recuperar o controle da cidade, que está sob comando dos insurgentes. Segundo a Comissão Geral da Revolução Síria (CGRS), pelo menos 16 pessoas morreram quando um helicóptero bombardeou um funeral. Além disso, o exército de Assad concentrou os bombardeios nas localidades de Qatna e Duma, nos arredores de Damasco, e nos bairros da capital Al Qadam, Al Asali e Al Mezzeh.
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Rebeldes que se encontram na cidade de Aleppo garantiram que os duros combates entre o Exército e os rebeldes transformaram os bairros de Salahedin, Seif al Daula, Al Shaar e Tariq al Bab em áreas muito perigosas para os civis. “As pessoas que perderam suas casas dormem na rua e não há alimentos nem remédios”, lamentou um ativista identificado como Abu Naeem.
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Diplomacia – Nesta terça-feira mesmo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu ao regime sírio, depois de uma reunião em Moscou com o vice-primeiro-ministro da Síria, Qadri Yamil, que dê mais passos rumo à reconciliação entre o governo e a oposição armada. Rússia e China têm poderes de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas e rejeitam uma intervenção militar na Síria.
Uma delegação do Conselho Nacional Sírio (CNS, principal coalizão opositora), liderada por Abdel Basset Sayda, se reuniu hoje em Paris com o presidente François Hollande. O chefe de Estado recebeu os membros da delegação do CNS na varanda do Palácio Eliseu, dando um abraço em cada um deles. Na véspera, François Hollande já havia discutido a situação do país árabe com o novo mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi.
(Com agências EFE e France-Presse)