Rebeldes estipulam prazo para civis deixarem Bani Walid
Subsecretário de estado americano para o Oriente Médio chega a Trípoli
O novo governo líbio deu um prazo de 48 horas para os moradores de Bani Walid, um dos últimos redutos do ditador deposto Muamar Kadafi no país, deixarem a cidade antes de uma nova ofensiva. Os rebeldes estão concentrando suas forças ao redor de Bani Walid e de Sirte, cidade-natal do coronel.
Entenda o caso
- • A revolta teve início no dia 15 de fevereiro, quando 2.000 pessoas organizaram um protesto em Bengasi, cidade que viria a se tornar reduto da oposição.
- • No dia 27 de março, a Otan passa a controlar as operações no país, servindo de apoio às tropas insurgentes no confronto com as forças de segurança do ditador, que está no poder há 42 anos.
- • Após conquistar outras cidades estratégicas, de leste a oeste do país, os rebeldes conseguem tomar Trípoli, em 21 de agosto, e, dois dias depois, festejam a invasão ao quartel-general de Kadafi.
- • A caçada pelo coronel continua. Logo após ele divulgar uma mensagem em que diz que resistirá ‘até a vitória ou a morte’, os rebeldes ofereceram uma recompensa para quem o capturar – vivo ou morto.
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As tropas do Conselho Nacional de Transição (CNT) tentam isolar Sirte controlando as cidades vizinhas para que estas não enviem suprimentos às forças pró-Kadafi. O mesmo acontece em Bani Walid, onde famílias que conseguiram escapar da cidade denunciaram que há falta de água e comida.
Diplomacia – Também nesta quarta-feira, o subsecretário de estado americano para o Oriente Médio, Jeffrey Feltman, chegou à capital Trípoli em uma visita surpresa. Feltman se reuniu com o presidente do CNT, Mustafa Abdel Jalil, e com o primeiro-ministro do órgão, Mahmoud Jibril. Na reunião, os três falaram sobre a soberania da Líbia, sobre o compromisso da Otan com o povo líbio e sobre a relação entre os dois países.
Declaração – Enquanto isso, o porta-voz do regime de Kadafi, Moussa Ibrahim, disse que centenas de soldados do CNT foram mortos em Sirte e outros 250 em Bani Walid. “Nós continuaremos a lutar até liberarmos todas as cidades”, disse ele, em uma entrevista por telefone concedida à televisão al-Rai.