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Rebeldes do partido de May tentam manter união aduaneira com UE

Membros do partido conservador buscan apoio para manter acordos entre o Reino Unido e o bloco, desafiando autoridade de May

Por Da redação
Atualizado em 2 fev 2018, 20h58 - Publicado em 2 fev 2018, 20h56

Dois deputados do partido Conservador, da primeira-ministra britânica Theresa May, iniciaram uma tentativa de manter a união aduaneira entre o Reino Unido e a União Europeia, em um momento em que May, enfrenta discordâncias em seu gabinete e em seu partido sobre o tema.

Anna Soubry, ex-ministra de negócios, e Ken Clarke, ex-chanceler, estão buscando apoio para manter os acordos aduaneiros nos termos existentes hoje, informou o jornal britânico The Guardian. Isso contraria a proposta inicial do Brexit de deixar completamente as regras da União Europeia, liberando o Reino Unido para acordos comerciais independentes — com a união aduaneira em vigor, as mesmas tarifas externas aplicadas pelos demais integrantes do bloco continuam tendo que ser aplicados e qualquer acordo comercial depende da aprovação do restante da União Europeia, devido à livre circulação de bens entre os países que fazem parte desta porção específica dos acordos europeus.

A rebeldia dos membros desafia também a autoridade de May, que desde que assumiu o cargo de primeira-ministra, caminhava para uma versão mais radical do Brexit — o chamado hard Brexit, ou Brexit duro, em português. A perda de assentos parlamentares pelos conservadores (também conhecidos como Tories) nas eleições convocadas em 2017, significou um abrandamento progressivo das posições advogadas pela premiê, graças ao contraponto feito pelo Partido Trabalhista e pelos Liberais-Democratas.

As ações dos membros rebeldes, caso vinguem, pode causar uma importante derrota ao governo, principalmente se obtiver o apoio dos trabalhistas.

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Os que defendem uma saída completa da União Europeia argumentam que um acordo aduaneiro limitaria a soberania do Reino Unido e os acordos com países de fora do bloco. Quem defende um Brexit suave, o soft Brexit, por outro lado, ve no acordo uma maneira de manter relações com o bloco — a exemplo de Noruega, Islândia, Suíça e Liechtenstein.

O conservador e secretário de comércio, Liam Fox, negou que o governo esteja cogitando manter a união aduaneira, afirmando que isso limitaria acordos comerciais com países de fora do bloco.

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Para o deputado e líder do Eurosceptic European Research Group, Jacob Rees-Mogg, a manutenção da união aduaneira é inaceitável. Segundo ele, Philip Hammond, ministro das finanças do país, estaria usando de uma artimanha para minar a saída da Grã-Bretanha da União Europeia.

May, que está em viagem à China, afirmou à Sky News, de forma evasiva, que quer “garantir que possamos obter os melhores acordos comerciais possíveis com a China e com outros países ao redor do mundo, uma vez que deixemos a União Europeia”.

Atualmente o Partido Trabalhador defende que uma união aduaneira poderia ser viável, mesmo sem a manutenção das ligações estreitas com o bloco. O partido apoiar ou não a união aduaneira é decisivo para a aprovação final do Brexit na configuração atual do Parlamento britânico — e quanto mais próximos da data oficial de saída, em março de 2019, mais numerosas as vozes que pedem uma manutenção da maior quantidade possível dos tratados com a União Europeia. Até recentemente impensável, a ideia de um segundo plebiscito para permitir aos cidadãos do país votarem se vale a pena sair do bloco europeu dentro da forma que foi negociada ganha também cada vez mais adeptos entre os parlamentares britânicos.

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