Raúl repete alarmismo de Fidel na Rio 92

O mar vai invadir Cuba, os furacões e tempestades tropicais vão se intensificar e o mundo vai entrar em uma era de conflitos sem precedentes por recursos naturais. Essas foram as previsões que Raúl Castro trouxe em seu discurso aos chefes de estado da Rio+20. O ditador cubano lembrou o discurso do irmão, Fidel Castro, na Rio 92: “Uma espécie biológica muito importante está em risco de desaparecer devido a eliminação do seu próprio habitat, o próprio homem”, alertou.

Raúl Castro disse que, na época, a fala do líder da revolução cubana foi considerada alarmista, mas que hoje se pode ver que a previsão se constitui “uma realidade irrefutável”. Faltou explicar o motivo de, 20 anos depois, as previsões continuarem as mesmas – o que talvez se justifique pelo caráter intransigente da política do regime cubano e pelo intervalo de tempo relativamente curto, se considerados os pronunciamentos de Fidel.

Após culpar o “neoliberalismo e o sistema capitalista” pela degradação ambiental, Raúl afirmou que o mundo pode entrar em guerra pela divisão de recursos naturais. “Deveríamos tentar uma nova distribuição do mundo par não chegarmos a uma era sem precedentes de conflitos”, afirmou. O presidente condenou o aumento nos gastos militares dos Estados Unidos após o fim da guerra fria e afirmou que Cuba – palco de um incidente no final dos anos 60 que quase levou à guerra nuclear – é a favor da destruição de todos os armamentos nucleares.

“Nenhuma hegemonia é possível. Vamos parar com a guerra, vamos lutar em prol do desarmamento e destruir todos os arsenais nucleares”, afirmou. “Cuba espera que o bom senso e a inteligência humana prevaleçam sobre a barbárie e a irracionalidade”, disse. Se a internet em Havana permitir acompanhar a conferência, já valeu a pena.

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