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Putin obtém mais de 90% dos votos na Crimeia

Resultados preliminares indicam que atual presidente russo obteve ao menos 73% dos votos válidos; Putin terá mais seis anos de mandato

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 16h35 - Publicado em 18 mar 2018, 19h51
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  • O presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi reeleito com facilidade neste domingo, estendendo assim seu período de poder no país mais extenso do mundo por outros seis anos, em um momento em que seus laços com o Ocidente estão cada vez mais deteriorados. Na Crimeia, península ucraniana anexada à força há exatamente quatro anos e cujos moradores participaram neste domingo pela primeira vez de eleições presidenciais russas, Putin conseguiu mais de 90% dos votos.

    Dois dias antes das eleições, quase 97% dos habitantes da Crimeia apoiaram a reunificação com a Rússia em um referendo não-reconhecido nem pela Ucrânia nem pela comunidade internacional. Na capital da península, a cidade de Sebastopol, lar da Frota Russa do Mar Negro, o chefe do Kremlin recebeu 91,52% dos votos válidos de hoje.

     

    Falando para uma multidão em Moscou agora à noite, Putin afirmou que “vencer é o destino da Rússia”.  Salvo imprevistos, com a reeleição, o ex-espião da KGB terá permanecido na Presidência russa até o fim do novo mandato por quase um quarto de século –até 2024– quando ele terá 71 anos. Apenas o ditador soviético Josef Stalin controlou a nação por mais tempo. Putin prometeu usar seu novo mandato para aumentar as defesas da Rússia contra o Ocidente e melhorar o padrão de vida da população.

    Russian President and Presidential candidate Vladimir Putin attends a rally and concert marking the fourth anniversary of Russia's annexation of the Crimea region, at Manezhnaya Square in central Moscow, Russia March 18, 2018. REUTERS/
    O presidente russo Vladimir Putin participa de uma reunião, marcando o quarto aniversário da anexação da Rússia à região de Crimeia, na Praça Manezhnaya, centro de Moscou – 18/03/2018 (Gleb Garanich/Reuters)

    O instituto de pesquisa governamental VTsIOM confirmou os resultados esperados e mostrou Putin com 79,3% dos votos em pesquisas de boca de urna. A Comissão Eleitoral Central, pronunciando-se após a contagem de um terço dos votos, estimava que o presidente teria 73% da preferência dos eleitores.

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    Apoiado pela TV estatal, pelo partido do governo, e com uma aprovação que ronda os 80 por cento, sua vitória nunca foi colocada em dúvida. Seus oponentes mais próximos, o candidato pelo Partido Comunista Pavel Grundinin, teve pouco mais de 11 por cento dos votos, de acordo com pesquisas de boca de urna, enquanto o nacionalista Vladimir Zhirinovsky, apelidado de  “Trump russo”, atingiu cerca de 6 por cento.

    Nenhum dos sete candidatos que enfrentaram Putin representavam uma ameaça real ao presidente — a única pessoa que ofereceria uma briga real pelo poder no país seria o líder oposicionista Alexei Navalny, que foi impedido de disputar o pleito. Críticos dizem que autoridades constrangeram pessoas para que fossem às zonas eleitorais, para garantir que não houvesse uma alta abstenção. Esses fatores combinados geram dúvidas quanto a lisura do processo eleitoral russo.

    A Comissão Eleitoral Central da Rússia reconheceu que houve algumas irregularidades, mas deve declarar o resultado geral como legítimo. Partidários de Putin disseram que o resultado é uma justificação de sua postura dura com o Ocidente.

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    “Eu acho que, nos Estados Unidos e no Reino Unido, eles aprenderam que não podem influenciar nossas eleições”, disse o congressista Igor Morozov à televisão estatal. “Nossos cidadãos entendem em que tipo de situação a Rússia se encontra hoje.”

    A questão imediata é se e quando os adversários, como Navalny, organizarão protestos citando fraude, e quão grandes e sustentáveis serão tais manifestações. Um importante político da oposição alertou que podem ocorrer confrontos nas ruas se a polícia reprimir os militantes.

    A longo prazo há duvidas se Putin vai suavizar sua retórica contra o Ocidente, buscando uma détente, agora que está reeleito.

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    (Com Reuters e EFE)

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