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Protestos em Paris contra o governo terminam com prisões e violência

Manifestantes criticam governo de Emmanuel Macron e o aumento do preço dos combustíveis

Por AFP Atualizado em 30 jul 2020, 20h02 - Publicado em 24 nov 2018, 17h12
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  • Não terminou bem o protesto previsto para ser pacífico em Paris, neste sábado, contra o aumento de combustíveis e com críticas ao governo de Emmanuel Macron. Os manifestantes, chamados de coletes amarelos, entraram em confronto com a força policial, montando barricadas e queimando mobiliário, enquanto as autoridades lançaram contra eles gás lacrimogêneo e jatos d’água.

    Cerca de 3.000 policiais foram mobilizados na capital francesa contra os manifestantes, que, na última semana, protestaram bloqueando estradas e centros comerciais. O protesto começou na manhã deste sábado, na luxuosa avenida Champs-Élysées, um dos cartões postais da cidade, com cerca de 5.000 pessoas.  A polícia bloqueou a passagem, com o intuito de impedi-los de chegar à Praça da Concórdia, perto do Museu do Louvre e do Palácio do Eliseu.

    Estima-se que 81.000 pessoas se manifestaram ao redor de toda a França pelos mesmos motivos neste sábado. Há uma semana, quando começou o movimento, foram registrados 244.000 manifestantes. Em todo o país, a polícia prendeu 35 pessoas, e oito ficaram feridas.

    Protesto contra preço dos combustíveis na França
    A polícia disparou gás lacrimogêneo e canhões de água contra os manifestantes que exigiam do presidente francês a redução dos aumentos de impostos sobre os combustíveis – 24/11/2018 (Lucas Barioulet/AFP)
    Protesto contra preço dos combustíveis na França
    Manifestante caminha em frente a uma barricada durante protesto contra o aumento no preço dos combustíveis na Champs-Elysees, em Paris, França – 24/11/2018 (Benoit Tessier/Reuters)

    Distúrbio em Paris

    Na Champs-Élysées, segundo as forças de segurança, os manifestantes tentaram romper o cordão policial várias vezes, mas foram impedidos com gás lacrimogêneo.

    “É uma manifestação que reúne pessoas de todos os tipos e idades”, assinalou Marie Claire, 63. “Não quebramos nada. Acredito que pessoas que não fazem parte dos coletes amarelos se infiltraram”, sugeriu.

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    O ministro do Interior, Christophe Castaner, responsabilizou pela violência “rebeldes da extrema direita que atenderam ao chamado de Marine Le Pen (líder do partido União Nacional) para se mobilizarem em Paris.

    Marine desmentiu a acusação, afirmando que nunca convocou à violência, e disse que o governo tenta torná-la bode expiatório.

    Várias ações pacíficas, como manifestações e bloqueios de estradas e áreas comerciais, são realizadas em quase toda a França, dentro da mobilização contra o aumento do preço dos combustíveis e dos impostos e a queda do poder aquisitivo, uma semana após o início deste movimento.

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    Muitos coletes amarelos optaram por permanecer em suas regiões, por medo de confrontos na capital.

    Protesto contra preço dos combustíveis na França
    Manifestantes usando coletes amarelos (Gilets jaunes) gritam palavras de ordem e carregam e cartazes durante manifestação contra o aumento no preço dos combustíveis em Rochefort, no sudoeste da França – 24/11/2018 (Xavier Leoty/AFP)
    Protesto contra preço dos combustíveis na França
    Manifestantes vestidos com coletes amarelos fazem barricadas com cadeiras na Champs Elysees, em Paris durante protesto nacional contra o aumento dos preços do petróleo e dos custos de vida – 24/11/2018 (Francois Guillot/AFP)

    Poder adquisitivo

    Preço elevado da gasolina, impostos excessivos, pensões e aposentadorias insuficientes: as reivindicações do movimento convergem para a perda de poder aquisitivo.

    Os coletes amarelos representam um desafio para Macron, que, no momento, não parece disposto a mudar o ritmo de suas reformas para “transformar” a França ou a abrir mão do aumento do preço dos combustíveis, tudo isto para “manter o rumo em favor da transição ecológica”.

    De acordo com a imprensa, no entanto, Macron pode anunciar na terça-feira novas medidas destinadas às famílias carentes, para evitar o risco de uma “fratura” social.

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    A convocação do “segundo ato” da mobilização foi feita nas redes sociais, principal plataforma de comunicação dos manifestantes.

    Protesto contra preço dos combustíveis na França
    Manifestante coloca uma bicicleta em uma barricada em chamas durante protesto contra o aumento dos preços dos combustíveis e do custo de vida perto do Arco do Triunfo em Paris – 24/11/2018 (Bertrand Guay/AFP)
    Protesto contra preço dos combustíveis na França
    Manifestante segura uma bandeira francesa em meio a fumaça de gás lacrimogêneo lançado pela polícia em frente do Arco do Triunfo, na Champs Elysees, em Paris durante uma manifestação nacional contra o aumento dos preços do petróleo e do custo de vida – 24/11/2018 (Lucas Barioulet/AFP)
    Protesto contra preço dos combustíveis na França
    Manifestantes incendeiam barricadas durante protesto contra o aumento do imposto sobre combustíveis na Champs Elysees, em Paris, França – 24/11/2018 (Francois Guillot/AFP)
    Protesto contra preço dos combustíveis na França
    Carro é incendiado durante protesto contra o aumento do imposto sobre combustíveis na Champs Elysees, em Paris, França – 24/11/2018 (Benoit Tessier/Reuters)
    Protesto contra preço dos combustíveis na França
    Manifestantes liberam cancelas de um em Beaumont, no leste da França, durante uma manifestação contra os altos preços dos combustíveis e os custos de vida – 24/11/2018 (Christophe Verhaegen/AFP)
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