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Protesto de “casta dos intocáveis” deixa 8 mortos na Índia

Casta dos dalits ainda é vítima frequente de discriminação, abusos e violência

Por Da redação
2 abr 2018, 20h49

Milhares de dalits, a classe mais baixa do sistema de castas hindu, protestaram nesta segunda-feira em várias cidades da Índia contra decisão da Suprema Corte, que pode reduzir proteção legal da etnia. Algumas manifestações se tornaram violentas e pelo menos oito pessoas morreram.

A convocação geral da casta para protestar hoje em toda a Índia teve impacto significativo, especialmente nos Estados de Bihar, Uttar-Pradesh, Rajastão, Punjab e Madhya-Pradesh.

Neste último, cinco pessoas morreram, segundo a agência indiana IANS. No estado, foram registrados confrontos com lançamentos de pedras entre manifestantes e comerciantes depois que lojistas se negaram a fechar seus estabelecimentos durante o protesto.

Em Uttar-Pradesh, os protestos deixaram dois mortos e pelo menos 30 feridos segundo o subdiretor-geral da Polícia para Lei e Ordem, Anand Kumar. Ele explicou que as vítimas morreram durante briga entre os próprios manifestantes.

No Rajastão, o estado com maior população dalit do país e onde, de acordo com a IANS, pelo menos uma pessoa morreu, ocorreram incidentes “em todos os distritos”, como o incêndio de veículos e os enfrentamentos com pedras entre partidários e opositores do protesto, explicou o subinspetor-geral adjunto da polícia regional, N. Ravindra Kumar Reddy, acrescentando que as forças de segurança usaram material antidistúrbio para dispersar os protestos.

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As manifestações foram convocadas contra decisão da Suprema Corte de 20 de março de fazer emenda à lei de Prevenção de Atrocidades, que protege as comunidades mais desfavorecidas. A nova medida impede a prisão imediata de pessoas acusadas de discriminação.

Um dos artigos da lei até agora punia os insultos contra os membros das castas mais baixas e estabelecia que supostos culpados não poderiam se beneficiar de uma fiança. De acordo com a decisão da Suprema Corte, o trecho “tira de uma pessoa a liberdade meramente com base na palavra do demandante”.

O advogado e político defensor dos “intocáveis” Prakash Yashwant Ambedkar afirmou que a decisão do tribunal diminui a “contundência” da lei, ao determinar que, antes da detenção, deve haver uma investigação policial, reduzindo o poder dissuasivo da lei contra esses crimes.

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O ministro da Justiça da Índia, Ravi Shankar Prasad, informou que o governo indiano apresentou hoje à Suprema Corte uma petição para que a decisão judicial seja revista.

A comunidade dalit ainda é vítima de abusos, discriminação, violência e desprezo por conta do sistema de castas da Índia — apesar da proteção atualmente garantida pela legislação e pela Constituição local. A organização de direitos humanos Anistia Internacional registrou pelo menos 319 casos de violência contra dalits na Índia desde 2016.

(Com EFE)

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