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Príncipe saudita tem garantia de não ser preso em Buenos Aires

Na Argentina para reunião do G20, Mohamed bin Salman foi denunciado pela morte do jornalista Jamal Khashoggi e por crimes no Iêmen.

Por Da Redação
28 nov 2018, 16h23

Pronto para sua primeira aparição em um foro internacional desde o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, terá a garantia argentina de não ser preso durante a a reunião de cúpula do G20, entre sexta-feira e sábado em Buenos Aires.

Bin Salman desembarcou na capital da Argentina às 8h (horário de Brasília) desta quarta-feira (28). Ele é alvo de uma denúncia na Justiça do país apresentada na última segunda-feira (26) pela organização Human Rights Watch, que invocou uma legislação argentina para solicitar a investigação do príncipe saudita pela morte de Khashoggi e por crimes contra a humanidade no conflito no Iêmen.

Nesta manhã, o procurador federal argentino Ramiro González pediu à Justiça o envio de cartas rogatórias para a confirmação do status do príncipe saudita e a definição se competirá ao Judiciário do país decidir sobre a prisão preventiva de Bin Salman. Na prática, segundo o jornal argentino Clarín, as medidas tomadas pelo procurador tornarão inviável a prisão do governante saudita durante sua estada no país.

Se aparentemente está protegido da ação judicial no país anfitrião do G20, Bin Salman não estará totalmente a salvo de protestos populares e do criticismo dos líderes reunidos em Buenos Aires. Em seu trajeto para a Argentina, o príncipe herdeiro foi alvo de manifestações na Tunísia, o quarto ponto de uma série de visitas que fez a países árabes.

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Outdoor na sede da União dos Jornalistas, durante a passagem de Bin Salman por Tunes: “não à profanação da Tunísia, a terra da revolução” – 26/11/2018 (Fethi Belaid/AFP)

Berço da Primavera Árabe, o movimento pró-democracia que se espalhou pelos países do norte da África e Oriente Médio em 2011, Tunes recebeu o príncipe com um protesto de centenas de pessoas contra sua presença no país, segundo a rede de televisão americana CNN. “Nenhum olá e nem bem-vindo para o assassino de crianças no Iêmen”, dizia um dos cartazes.

A sede do Sindicato de Jornalistas da Tunísia cobriu parte de sua fachada com um outdoor no qual se vê a imagem de Bin Salman de costas, com a mão direita sobre uma motosserra. Tratou-se de uma referência ao assassinato e desmembramento do corpo de Khashoggi no consulado saudita em Istambul, na Turquia, no início de outubro. Bin Salman é apontado pelas autoridades turcas como o mandante do crime contra o jornalista, um opositor do regime que vivia exilado nos Estados Unidos.

“Não à profanação da terra revolucionária da Tunísia”, dizia a ilustração.

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Mulheres da Tunísia seguram serras durante protesto contra a presença do príncipe saudita em Tunes – 27/11/2018 (Fethi Belaid/AFP)

No encontro do G20, Bin Salman vai enfrentar líderes mundiais cientes do conteúdo de gravações do momento do assassinato de Khashoggi capturadas pelas agências de inteligência de vários países. Entre elas, a americana CIA, que concluiu na semana passada que o príncipe herdeiro pessoalmente ordenou o crime.

Como ministro de Defesa, Bin Salman também deverá se ver diante de críticos da coalizão militar comandada pela Arábia Saudita e pelos Emirados no Iêmen, país assolado pelo conflito entre os rebeldes xiitas houthis e o governo local. A Alemanha, Dinamarca e Finlândia suspenderam suas vendas de armas para a Arábia Saudita na semana passada justamente por causa da atuação saudita no Iêmen, país onde 14 milhões de pessoas estão em risco de morte por fome.

 

 

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