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Presos tentam se infectar com coronavírus para ganhar liberdade nos EUA

O xerife de Los Angeles citou vídeos feitos por câmeras de segurança em meados de abril em dois módulos da prisão

Por AFP 11 Maio 2020, 22h14

Compartilhando uma máscara ou um copo descartável, um grupo de detentos do condado de Los Angeles, nos Estados Unidos, tentava se infectar com o novo coronavírus para forçar a sua libertação, informou o xerife local, Alex Villanueva, nesta segunda-feira, 11.

“Havia uma crença errada entre a população carcerária de que, se testasse positivo, de alguma forma nos forçaria a libertar mais detentos do nosso entorno, o que não irá acontecer”, afirmou Villanueva em entrevista coletiva.

O funcionário citou vídeos feitos por câmeras de segurança em meados de abril em dois módulos da prisão North County Correctional Facility, localizada em Castaic, a 67 km do centro da cidade de Los Angeles.

O primeiro vídeo mostra um detento compartilhando doses de água quente entre um grupo de companheiros que aguardavam numa fila para ver a enfermeira. “Estavam tentando aumentar suas leituras de temperatura, para fingir um dos sintomas”, indicou Villanueva.

Em um segundo vídeo, os detentos dividem um copo descartável e respiram dentro de uma mesma máscara, que não se sabe se pertenceu a alguém infectado.

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John Satterfield, tenente do departamento do xerife, informou que as imagens “são apenas uma amostra de outros vídeos que estão sendo analisados, e faz parte da investigação em andamento”.

Nenhum dos detentos admitiu que tentava se infectar. Não está claro como o surto começou e se um destes presos estava doente, mas, segundo Villanueva, apenas nestes dois módulos, 21 detentos testaram positivo na semana dos vídeos.

“É triste pensar que alguém, deliberadamente, tente se expor à Covid-19”, comentou Villanueva, assinalando que 4.590 reclusos, ou 40% da população carcerária do condado – estão em quarentena e 357 testaram positivo, dos quais 117 já se recuperaram.

Segundo o xerife, 5 mil internos foram libertados dentro do plano para conter o vírus no sistema penitenciário, deixando a população carcerária em 11,7 mil, a maior do país. “Se esta pandemia tivesse se espalhado enquanto tínhamos 17 mil detentos, o resultado teria sido catastrófico”, assinalou.

Mas críticos como a ONG JusticeLA consideram que não é suficiente. “O xerife deve libertar mais pessoas detidas”, disse sua porta-voz, Patrisse Cullors, em nota. “Não temos ideia até onde a doença está se espalhando nas prisões”.

“O que tenho ouvido de presos é que não há suficientes sabão, água quente, que seus oficiais debocham das pessoas que estão dentro, tossindo, dizendo-lhes que vão morrer de Covid-19”, acrescentou.

O escritório do xerife foi acionado na justiça por falta de provas de diagnóstico e condições inadequadas de distanciamento social.

Villanueva disse que desde 3 de maio todos os novos reclusos estão sendo submetidos a exames, com 16 resultados positivos entre 632 testes.

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