Cairo, 25 jun (EFE).- O presidente eleito no Egito, o islamita Mohammed Mursi, jurará seu cargo diante do Supremo Tribunal Constitucional, anunciou nesta segunda-feira um dirigente ligado à Irmandade Muçulmana, apesar da intenção da legenda partidária de fazer esse juramento somente no Parlamento, que, por sua vez, foi dissolvido por uma ordem emitida por essa corte.
Segundo a agência de notícias ‘Mena’, o dirigente Sobhi Saleh, do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), um braço político da Irmandade, afirmou que o fato de Mursi fazer seu juramento diante do Supremo Tribunal Constitucional não significa o reconhecimento da dissolução do Parlamento.
No último dia 14, o Supremo Tribunal Constitucional anulou a composição do Parlamento e ordenou sua dissolução por supostas irregularidades em sua formação, algo que foi rejeitado pela Irmandade Muçulmana, que, por sua vez, domina as duas câmaras com o PLJ, partido que Mursi era presidente.
Yasser Ali, um porta-voz da campanha eleitoral de Mursi, disse ontem que o novo presidente juraria seu cargo perante o Parlamento o ser ‘a única entidade legítima escolhida pelo povo egípcio’.
Por sua parte, Saleh explicou que seu partido não é contra a decisão do Supremo Tribunal Constitucional de dissolver o Parlamento, mas contra da aplicação ‘ilegal’ de sua ordem, já que tinha que ter sido emitida por um tribunal administrativo.
Segundo a televisão estatal egípcia, Mursi recebeu hoje no palácio presidencial o primeiro-ministro egípcio, Kamal Ganzouri, que deverá apresentar sua renúncia nas próximas horas.
Fontes de segurança disseram à edição online do jornal estatal ‘Al-Ahram’ que Mursi já se mudou de sua casa, situada no bairro de Tagamu al Khamis, nos arredores do Cairo, para o palácio presidencial em um comboio composto por dez carros, motos e uma ambulância.
O jornal destacou que o trajeto de Mursi não foi interrompido pelo trânsito no Cairo e nem precisou bloquear nenhuma rua, como ocorria com o ex-presidente Hosni Mubarak.
O triunfo de Mursi nas eleições com quase 52% dos votos transforma o político no primeiro presidente do Egito após a queda de Mubarak, registrada no dia 11 de fevereiro de 2011, e o primeiro a representar a democracia na história do país. EFE