O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, iniciou nesta segunda-feira uma histórica visita a Quito, que busca dar um novo impulso às relações entre Colômbia e Equador, quatro anos depois de promover uma incursão militar em território equatoriano para bombardear as Farc.
“As relações, que vão por um bom caminho, sempre são suscetíveis a melhorar e se fortalecer”, declarou Santos ao se tornar o primeiro presidente colombiano a chegar à capital depois da crise gerada pelo bombardeio, em 1º de março de 2008, que desencadeou a ruptura dos vínculos por 20 meses.
“Tenho certeza de que esta visita vai ser muito frutífera e que no final da visita poderemos promover um avanço importante em nossas relações”, completou.
O governante chegou a Quito depois da hora prevista, devido ao mau tempo que atrasou a aterrissagem de seu avião, mas teve tempo de declarar à imprensa que está “feliz” por estar no Equador e declarar que “damos a maior importância a esta visita”.
Santos, que foi recebido pelo chanceler Ricardo Patiño, iniciou suas atividades abrindo um seminário sobre oportunidades comerciais na Colômbia, do qual participam empresários do Equador.
A Colômbia é um dos principais parceiros comerciais do Equador, para o qual a balança é tradicionalmente deficitária: as exportações foram avaliadas em 793,1 milhões de dólares e as importações em 2,022 bilhões em 2010.
Entre janeiro e outubro de 2011, as vendas equatorianas alcançaram 838,4 milhões de dólares e as compras da Colômbia 1,8131 milhão, segundo dados oficiais.
Ao meio dia, Santos dirigiu-se ao Palácio de Carondelet para examinar com seu colega Rafael Correa temas de segurança fronteiriça, trânsito livre de pessoas, transporte terrestre, comércio, migração, integração regional, interconexão elétrica e cooperação energética, com o objetivo de revitalizar os vínculos entre os dois países.
“Para isso estamos aqui”, afirmou Santos, que está acompanhado de uma delegação de ministros e funcionários de governo.
“Neste mundo convulsionado e incerto por tudo o que está acontecendo, na medida em que pudermos fortalecer a integração com nossos vizinhos, e sobretudo com o Equador, todos vamos sair ganhando”, enfatizou.
Correa rompeu as relações com a Colômbia devido ao bombardeio contra uma base clandestina das Farc em território equatoriano em 1º de março de 2008, que deixou 25 mortos, entre eles o número dois desse grupo rebelde, Raúl Reyes.
Essa incursão foi autorizada por Santos, que era ministro da Defesa durante o governo de Álvaro Uribe (2002-2010). Os vínculos foram restabelecidos em novembro de 2009.
O chefe de Estado equatoriano adiantou que seu país se “veste de gala” para receber a visita de Santos por várias horas, enquanto Patiño completou que “viramos a página e estamos certos de que é hora de continuar construindo a integração, a amizade entre nossos países”.