Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Preparativos para pós-Brexit viram missão impossível em alfândegas

Empresas se apressam para se adaptar as novas regras comerciais que irão valer a partir de 2021; há risco de desabastecimento

Por Da Redação
Atualizado em 30 dez 2020, 15h56 - Publicado em 30 dez 2020, 15h56

Enquanto o acordo comercial pós-Brexit é votado no Parlamento, o porto de Dover, no Canal da Mancha, vive uma situação de caos nesta quarta-feira, 30. Funcionários portuários estão sobrecarregados com o volume de tarefas exigidas pela nova burocracia que entrará em vigor em 1 de janeiro.

Para as importações, “nossos clientes devem entregar um novo documento para o Reino Unido”. Mas, para as exportações, “agora devemos tratar com 27 países diferentes”, diz Karen Strand, uma agente alfandegária no porto. “Em uma palavra, é o caos absoluto”, descreve.

A maior mudança para a agência de Strand e seus clientes é a “garantia de trânsito”, que agora é obrigatória. É uma quantia de dinheiro exigida pelo país em que a carga está transitando, “assim que um produto britânico pisar no continente europeu”, como garantia em caso de possíveis inadimplências, ou de irregularidades alfandegárias.

“Trabalhamos em tempo integral, mas não é o bastante. Temos de rejeitar contratos e dizer não aos novos clientes”, lamenta a agente.

Os problemas no porto, o maior do Reino Unido e principal hub comercial entre a ilha e o continente, não se limitam à nova burocracia exigida. O setor do varejo britânico já avisou aos parlamentares que o país poderá sofrer escassez nas prateleiras nos primeiros meses do pós-Brexit, porque o acordo final foi firmado em cima da hora e os lojistas não tiveram tempo para se preparar.

Continua após a publicidade

Após a aprovação do Brexit no Parlamento britânico em janeiro, as relações comerciais entre o país e o bloco passaram a ser regidas por regras europeias, mas de forma transitória, sendo que o prazo final é o dia 31 de dezembro às 20h. Os negociadores somente chegaram a um acordo de novas normas para substituir a legislação europeia no dia 24 de dezembro, na véspera de Natal.

Para ser ratificado a tempo de evitar um Brexit sem acordo, as duas Câmaras do Parlamento britânico estão votando nesta quarta o acordo de 1.200 páginas para que a rainha Elizabeth II possa assiná-lo. Aprovar não será um problema, uma vez que até mesmo a oposição do partido Trabalhista declarou apoio à legislação.

No entanto, os problemas para o Reino Unido ainda estão longe de acabar, uma vez que a Escócia votou contra o Brexit no referendo de 2016 e agora ameaça declarar independência do restante do território britânico e entrar novamente na União Europeia.

(Com AFP)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.