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Premiê interino da Líbia diz que as próximas eleições devem acontecer dentro de oito meses

Na Líbia, centenas de pessoas fazem uma peregrinação ao local onde está o corpo de Kadafi

Por Da Redação
22 out 2011, 15h44
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  • O primeiro-ministro da Líbia, Mahmoud Jibril, disse neste sábado que a população deve eleger um conselho nacional em oito meses. Esse conselho será o responsável por formar um governo interino até a realização de eleições presidenciais e elaborar uma constituição. Jibril está na Jordânia, onde participa do Fórum Econômico Mundial. Ainda de acordo com o primeiro-ministro, a principal medida será retirar as armas das ruas e assegurar o retorno da ordem.

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    Na Líbia, centenas de homens fazem peregrinação ao local onde está o corpo de Muamar Kadafi, capturado e morto na quinta-feira. Na sexta-feira, dia da tradicional oração, milhares de pessoas desfilaram pelo que os líbios conhecem como “mercado tunisiano” de Misrata, um lugar em que, nos tempos de paz, eram vendidos todos os tipos de produtos. Ali está o frigorífico onde foi colocado o corpo do ex-dirigente e de seu filho Muatassim. Os dois estão sobre um chão metálico e com manchas de sangue secas. Os corpos estão em colchões sujos, recobertos com mantas coloridas que escondem suas supostas mutilações.

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    Apenas as cabeças de Kadafi e de Muatassim são visíveis, o resto do corpo está coberto. Muatassim tem os olhos e a boca abertos, enquanto os de seu pai estão fechados. Os curiosos para ver essa cena chegam de todas as partes de Misrata e de outras localidades, como Trípoli. Centenas de pessoas fazem fila nas portas do mercado, que são abertas em intervalos de tempo para deixar os visitantes entrar a conta-gotas.

    Em meio aos edifícios de concreto do mercado, se forma uma nova fila perto do frigorífico. Apenas quatro a cinco pessoas são admitidas em seu interior por vez. Os guardas pedem para que tirem fotos rapidamente e dêem lugar para as outras pessoas. Alguns posam para a foto junto aos corpos, outros observam em silêncio. Sadik, que não quer dar o sobrenome, tem 60 anos. Tinha 18 quando o ditador assumiu o poder, em 1969. “Toda minha vida de adulto vivi com esse sujeito sujo”, diz Sadik para acrescentar que está feliz com a morte de Kadafi.

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    Mustafá Araibi, de 40 anos, sai do frigorífico com cinco crianças de idades variadas entre os 6 e 12 anos. São seus filhos e sobrinhos. “Fiquei emocionado quando deram a notícia. As pessoas diziam que Kadafi havia morrido, mas eu não acredite até que vi”, conta. Seu filho Ezedin, de 12 anos, se faz de corajoso. “Tive vontade de bater no Kadafi, mas não me deixaram fazer isso. Não tive medo, fiquei contente em vê-lo”. Seu irmão mais novo, Mohamed, de 6 anos, admite em voz baixa que sentiu medo, mas está contente porque “a guerra acabou”.

    As autoridades de Misrata desejam enterrar Kadafi num lugar secreto, para evitar que, no futuro, vire um lugar de peregrinação dos seguidores do ditador. As novas autoridades líbias anunciaram neste sábado que não se procederá a uma necropsia do corpo de Muamar Kadafi.

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    (Com AFP)

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