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Prefeito brasileiro vai ao Paraguai para apoiar Franco

Brasileiros que vivem na fronteira ou em terras paraguaias aprovam deposição de Fernando Lugo e pedem que Dilma Rousseff reconheça novo governo

Por Carolina Freitas, de Assunção
29 jun 2012, 07h43

Sérgio Mendes é prefeito de Sete Quedas, cidade com pouco mais de 10.000 habitantes na fronteira entre Brasil e Paraguai, no Mato Grosso do Sul. Ele viajou 700 quilômetros e vestiu seu melhor terno para encontrar o novo presidente do país vizinho, Federico Franco, no Palácio de López, em Assunção. Mendes compôs uma comitiva de prefeitos da região da fronteira que foi à capital manifestar apoio a Franco. O grupo foi recebido para uma reunião de uma hora com o presidente, na sede do governo paraguaio. Leia também: ‘O Paraguai está indissoluvelmente ligado ao Brasil’, diz chanceler Partido Colorado: ‘Saída de Lugo foi queda de um modelo’ Franco faz apelo ao Congresso por aprovação de projetos Os cabelos negros meticulosamente penteados para o lado de Franco causaram boa impressão em Mendes. “Ele é simpático e nos recebeu com muito carinho”, contou o prefeito depois da reunião. Sérgio Mendes sintetiza o pensamento dos cidadãos brasileiros a respeito do novo governo paraguaio. E mostra como os posicionamentos dos mandatários nem sempre acompanham o sentimento das ruas. Quem vive na fronteira ou mesmo dentro de território paraguaio sofria com a constante ameaça de invasão e violência por parte dos sem-terra paraguaios, que contavam com a conivência de Lugo. Agora, a sensação é de tranquilidade. O prefeito de Sete Quedas não é o primeiro a manifestar satisfação diante da saída de Fernando Lugo. Na terça-feira, um grupo de dez produtores agrícolas brasileiros que moram no Paraguai participou de audiência com Franco em que se estabeleceu a esperança de paz no campo. O presidente paraguaio recomendou em seguida, em entrevista a jornalistas latino-americanos, que a presidente Dilma Rousseff se aconselhasse com os brasileiros que vivem no Paraguai para definir seu posicionamento diante do novo governo. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida pelo prefeito Sérgio Mendes ao site de VEJA: O que muda para os moradores da fronteira com a saída de Fernando Lugo do poder? Havia entre os produtores da região uma sensação de insegurança em relação a suas propriedades, agora todos estão mais tranquilos. Em nosso município, brasileiros e paraguaios produzem lado a lado, mas havia uma ameaça do governo Lugo de demarcar uma faixa de 50 quilômetros da fronteira para dentro do Paraguai, onde os estrangeiros não poderiam produzir. E o que lhes prometeu o novo presidente, Federico Franco? Ele está há apenas uma semana no governo. Entendemos que não possa prometer muito, mas tenho certeza de que ele vai governar para que se desenvolva a reforma agrária com paz e tranquilidade na fronteira. De que outros assuntos os senhores trataram com Franco? Pedimos a construção de uma rodovia que ligue os municípios de Cruce Guarani e Pindoty Pora, que una o Paraguai ao Brasil. É uma estrada de grande importância para aquela região, tanto para escoar a produção quanto para o turismo. Como o senhor avalia o governo de Fernando Lugo? Todo mundo entra no governo com o sonho de realizar muita coisa. Só que a realidade é diferente do sonho quando não se tem experiência como gestor público. Por que Lugo falhou, na opinião do senhor? Só se trabalha bem no Executivo quando há uma harmonia com o Legislativo. É fator determinante para o sucesso da administração. Houve um desencontro entre esses dois poderes. Como o senhor vê o posicionamento da presidente Dilma Rousseff a respeito do governo Franco? Ela não reconheceu o governo Franco de momento porque o impeachment foi um ato muito rápido. Espero que o governo brasileiro queira saber a opinião de quem vive na fronteira. E qual é a opinião de quem vive na fronteira? Os proprietários da minha região estão tranquilos, confiantes na paz. Como o governo brasileiro não vai defender os produtores? Como não vai defender a paz? Como não vai defender a democracia? A democracia daqui é a mesma de lá. Eu sou um prefeito e respondo a uma Câmara de Vereadores. Se eu fizer algo errado, posso sofrer um impeachment.


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