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Por salários, enfermeiros britânicos fazem maior greve de sua história

Cerca de 100 mil membros do maior sindicato de enfermagem do Reino Unido participam do movimento para pedir aumento salarial de acordo com inflação

Por Da Redação
Atualizado em 15 dez 2022, 09h54 - Publicado em 15 dez 2022, 09h48

Enfermeiros na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte iniciaram, nesta quinta-feira, 15, a primeira de duas greves de um dia para pressionar o governo por um aumento salarial. A segunda paralisação ocorrerá em 20 de dezembro.

Cerca de 100 mil membros do Royal College of Nursing (RCN) – o maior sindicato de enfermagem do Reino Unido – estão participando do movimento, na mais recente e sem precedentes onda de greves que varreu o Reino Unido nos últimos meses. Além disso, é a maior greve nos 106 anos de história do RCN.

O movimento ocorre depois de vários anos de dificuldades para os funcionários do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) – espécie de “pai” do SUS brasileiro –, uma instituição reverenciada, mas que está sofrendo devido à falta de pessoal, demanda altíssima e financiamento apertado.

A chefe do Royal College of Nursing (RCN), Pat Cullen, aifrmou que “este é um dia trágico para a enfermagem, é um dia trágico para os pacientes”.

A RCN está pedindo um aumento salarial de 5% acima da inflação do varejo, que nos números atuais equivale a um aumento de 19%. Segundo enfermeiras e enfermeiros em greve, aumentos do salário abaixo da inflação estão comprometendo os cuidados com pacientes, pois dificultam a atração e retenção de funcionários.

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Já o governo diz que a demanda do RCN é impossível, e que já atendeu às recomendações de órgãos independentes sobre a remuneração do setor.

Durante a greve, a equipe continuará trabalhando apenas em funções de “preservação de vida” e alguns cuidados urgentes. Quimioterapia e diálise renal devem funcionar normalmente, juntamente com unidades de cuidados intensivos, pronto-socorro e unidades neonatais.

Mas todos os serviços de rotina serão interrompidos. O maior impacto provavelmente ocorrerá em tratamentos pré-agendados e consultas em ambulatórios.

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O impasse segue anos de disputas sobre a remuneração dos funcionários do NHS. O salário dos enfermeiros caiu 1,2% a cada ano entre 2010 e 2017, de acordo com a Health Foundation, uma instituição de caridade do Reino Unido que faz campanha por melhores cuidados de saúde. Nos três primeiros anos, o pagamento foi congelado.

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Enquanto isso, o número de pacientes à espera de atendimento disparou, uma tendência de anos que foi exacerbada pela pandemia. Um recorde de 7,2 milhões de pessoas na Inglaterra – mais de uma em cada oito pessoas – estão atualmente esperando por tratamento, de acordo com a Associação Médica Britânica. Sete anos atrás, o número era de 3,3 milhões.

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No início deste ano, o RCN rejeitou uma oferta do governo para aumentar o salário dos enfermeiros em pelo menos 1.400 euros (cerca de R$ 7.800) por ano, o que representou um aumento médio de 4,3%, bem abaixo da taxa de inflação de 11%.

O líder do Partido Trabalhista britânico, Keir Starmer, atacou o premiê conservador Rishi Sunak sobre a greve na quarta-feira, dizendo que “todo o país daria um suspiro de alívio” se ele interrompesse a greve fechando um acordo com o RCN e que a situação era “uma vergonha para este governo”.

Enfermeiros e enfermeiras se juntam, nesta quinta-feira, aos muitos outros funcionários de serviços públicos do país para exigir aumento de salários e melhores condições de trabalho, promovendo uma crescente onda de greves diferente de qualquer outra vista no Reino Unido em décadas.

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Funcionários das ferrovias, ônibus, rodovias e fronteiras do Reino Unido já entraram em ação neste mês, paralisando várias formas de transporte público. Professores, funcionários dos correios, carregadores de bagagem e paramédicos também devem entrar em greve em dezembro.

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