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População de aves cai 29% nos EUA e Canadá em 49 anos

Perdas são atribuídas ao uso de agrotóxicos e à degradação ambiental; cientistas alertam para 'crise ecológica generalizada'

Por Da Redação
19 set 2019, 18h11

De campos a praias, de florestas a quintais, os pássaros estão desaparecendo em um ritmo alarmante nos Estados Unidos e no Canadá. A população de aves diminuiu 29% desde 1970, e houve uma perda líquida de cerca de 2,9 bilhões de pássaros, alertaram cientistas nesta quinta-feira, 19.

A culpa é das pessoas, disseram os pesquisadores, citando fatores como a perda generalizada e a degradação de habitats e o uso amplo de agrotóxicos para erradicar insetos vitais para a dieta de muitos pássaros. “Os pássaros estão em crise”, disse Peter Marra, diretor da Iniciativa de Meio Ambiente da Universidade Georgetown e coautor do estudo publicado no periódico científico Science.

O estudo foi baseado nas populações de 529 espécies nativas e mostra que, mesmo entre as aves consideradas abundantes nos dois países, como os tordos americanos e os pardais, houve perdas substanciais. Foram usadas as contagens de pássaros em terra e radares para acompanhar as aves migratórias.

“A mensagem a ser absorvida é que nossas descobertas se somam aos indícios crescentes de outros estudos que mostram declínios maciços de insetos, anfíbios e outros táxons, o que sinaliza uma crise ecológica generalizada”, acrescentou Marra.

“Os pássaros são a quintessência dos indicadores da saúde ambiental, como os canários em minas de carvão, e estão nos dizendo que é urgente agirmos para fazermos com que nosso planeta possa continuar a sustentar a vida selvagem e as pessoas.”

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A maior parte das perdas não aconteceu entre espécies raras, mas comuns, e em quase todas as famílias de pássaros e em todos os habitats. Além dos pardais e dos tordos, estão nessa lista as andorinhas, melros-pretos, tentilhões, mariquitas e cotovias do pardo.

Cerca de 90% da perda total ocorreu em somente 12 famílias de pássaros e 19 espécies de pássaros comuns, como o verdilhão de olho escuro, o quíscalo comum e os pardais domésticos. Cada uma dessas espécies perdeu mais de 50 milhões de indivíduos.

Pardal em ramo de árvore no Central Park, em Nova York: população em queda – 22/05/2015 (Lucas Jackson/Reuters)

Os cientistas afirmam que outros estudos documentaram quedas preocupantes na população de aves em outras partes do mundo.

“Pássaros são um componente crítico de muitos ecossistemas. Eles servem de predadores e presas, dispersam sementes e fornecem serviços ao ecossistema como controle de pragas. Quando uma grande parcela da população é perdida, isso perturba toda a teia da vida, da qual todos dependemos”, afirmou o líder da pesquisa, Ken Rosenberg, um cientista conservacionista do laboratório de ornitologia da Universidade de Cornell.

Algumas espécies de pássaros mostraram ganhos populacionais. A proibição do pesticida DDT permitiu o ressurgimento de populações de espécies predadoras, como a águia-de-cabeça-branca, disseram os pesquisadores. Políticas de gestão de fluxo de água, incluindo proteção e restauração de áreas de pântanos permitiram crescimento de populações de patos e gansos, acrescentaram os cientistas.

“Estes são importantes exemplos que mostram que podemos impactar positivamente as populações de aves”, disse Rosenberg.

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(Com Reuters)

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