Polícia investiga militantes muçulmanos após incidente em Pequim
Carro invadiu a Praça da Paz Celestial atropelando pessoas; deixou cinco mortos e mais de 30 feridos
A polícia chinesa investiga militantes da região muçulmana separatista de Xinjiang, no noroeste da China, após um carro ser atirado contra a multidão na Praça da Paz Celestial, em Pequim, matando cinco pessoas e ferindo outras 38, informou nesta terça-feira o jornal chinês Global Times. A polícia chinesa, no entanto, evitar utilizar a palavra “atentado” e qualifica o incidente na Praça da Paz Celestial como “um assunto maior ocorrido na segunda-feira”.
As autoridades enviaram uma mensagem aos hotéis da capital na noite de segunda-feira para indagar sobre “clientes suspeitos” a partir do dia 1º de outubro, revelou o jornal. Na mesma mensagem, o gabinete de Segurança Pública pede informação sobre “veículos suspeitos”.
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O acesso à praça – que fica em pleno centro de Pequim, às portas da Cidade Proibida – foi bloqueado após o incidente. “Vi um veículo dar um giro e bruscamente avançar sobre a calçada. Aconteceu em um instante. Escutei uma explosão, vi chamas e depois a fumaça invadiu o local”, contou uma testemunha, sem revelar seu nome.
No incidente morreram o motorista e os dois passageiros do veículo modelo jipe, que pegou fogo após os atropelamanetos. Há suspeitas de que os passageiros do veículo se autoimolaram. Também morreram uma turista filipina e um turista chinês. Dois repórteres da AFP foram detidos e tiveram material confiscado quando tentavam se aproximar da praça. Pouco depois foram liberados e recuperaram o equipamento, mas as imagens que haviam registrado foram apagadas.
Milhares de pessoas morreram na repressão do movimento de 1989 nos arredores da Praça da Paz Celestial, quando o Partido Comunista enviou tanques do exército para acabar com sete semanas de manifestações, que foram chamadas pelo regime de “revolta contrarrevolucionária”. Desde então, a polícia está permanentemente mobilizada no local, onde também se encontra o mausoléu de Mao Tsé-tung e o Palácio do Povo.