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Polícia francesa prende braço-direito e assessor de Sarkozy

Ex-ministro do interior e ex-chefe da polícia de Paris são interrogados sobre pagamentos mensais

Por Da Redação
18 dez 2013, 06h03

A polícia francesa está mantendo em custódia desde o início da manhã desta terça-feira dois colaboradores do ex-presidente Nicolas Sarkozy por suspeita de desvio de verbas da polícia francesa. O episódio marca uma nova ofensiva contra assessores de Sarkô, que vêm enfrentando uma série de investigações desde ele que deixou a chefia do Executivo, em 2012.

Os presos são Michel Gaudin, de 65 anos, ex-chefe da polícia parisiense e atual chefe de gabinete do escritório privado de Sarkozy. O outro é Claude Guéant, de 68 anos, que mantém uma relação de braço-direito com o ex-presidente há mais de uma década, tendo trabalhado com Sarkozy à época em que ele era ministro do Interior no governo de Jacques Chirac (1995-2007). Eventualmente, o próprio Guéant viria a se tornar ministro do Interior em 2011.

A prisão deles foi resultado de uma investigação sobre um pagamento mensal de 10 000 euros (mais de 30 00 reais) que foi enviado mensalmente em espécie para Guéant entre 2002 e 2004, época em que Sarkozy comandava o Ministério do Interior. A pasta é responsável por comandar a polícia francesa e o dinheiro vinha justamente de um fundo especial da corporação que à época era controlado pelo então chefe Michel Gaudin e que deveria ser usado para investigações especiais de vigilância e para pagar informantes.

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Os dois homens já confirmaram os pagamentos, mas negaram qualquer irregularidade. Gaudin disse em depoimento que Guéant havia solicitado parte do fundo para pagar gratificações especiais para policiais que faziam a segurança do gabinete de Sarkozy, algo que seria corriqueiro e aceitável à época.

Guéant chegou a admitir que se incluiu entre os merecedores do prêmio quando investigadores acharam recibos de depósitos de até 25 000 euros na sua casa, mas depois sua defesa passou a contar a mesma história de Gaudin, de que o dinheiro ia para os policiais. “Esse prêmios, são recebidos assim mesmo, de maneira não declarada”, disse ele. Só que tais pagamentos por fora, embora tenham mesmo sido corriqueiros no passado, já haviam sido abolidos oficialmente em 2002 pelo governo do então primeiro-ministro Lionel Jospin (1997-2002).

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Investigadores tentam determinar agora se os fundos foram de alguma maneira desviados ou se no mínimo Guéant cometeu fraude para sonegar impostos. A investigação foi revelada em abril pelo jornal satírico Le Canard Enchaîné, que também publicou que policiais e promotores estranharam um depósito de 500 000 euros que apareceu em uma das contas de Guéant. A descoberta foi feita durante a condução de outro inquérito, este sobre suspeitas de doações ilegais na campanha de Sarkozy à presidência em 2007.

À época, o ex-ministro justificou o valor dizendo que o depósito era resultado da venda de Dduas telas do pintor barroco do século XVIII Andries van Eertvelt, que fazia parte da sua coleção. Mas a imprensa francesa logo apontou que as pinturas desse artista raramente alcançam valores superiores a 40 000 euros cada.

Oficialmente, informa a revista Le Nouvel Observateur, Guéant e Gaudin ainda não foram formalmente indiciados por qualquer crime. Até o momento, nem mesmo o nome de Sarkozy é alvo dos investigadores. Ainda assim, o caso deve ter implicações para o ex-presidente, que deve a eleição para o Executivo francês justamente a uma construção da imagem de administrador implacável e severo à época em que esteve à frente do Ministério do Interior. Aos poucos o ex-mandatário tem ensaiado uma volta à política, conforme aparecem especulações (muitas delas alimentadas por aliados) de que ele pode vir a concorrer novamente à Presidência em 2017.

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Em outubro, Sarkozy se viu livre de uma acusação de abuso de incapaz envolvendo a herdeira da empresa de cosméticos L’Oréal, Liliane Bettencourt com o objetivo de se aproveitar da senilidade mental dela para arrumar fundos para sua campanha presidencial de 2007, mas a investigação prossegue envolvendo alguns de seus ex-assessores.

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