Polícia caça suspeitos no Canadá após série de esfaqueamentos
Ataques no domingo 4 deixaram pelo menos 10 mortos e 15 feridos na remota província de Saskatchewan
A polícia do Canadá iniciou nesta segunda-feira, 5, amplas operações de busca por suspeitos de esfaquear e matar pelo menos 10 pessoas no domingo 4. Autoridades nomearam dois principais responsáveis, Damien Sanderson e Myles Sanderson, considerados armados e perigosos.
As vítimas dos ataques foram encontradas em 13 locais na remota comunidade indígena James Smith Cree Nation e nas proximidades de Weldon, na província de Saskatchewan.
A série de esfaqueamentos foi considerada um dos atos de violência em massa mais mortais da história do Canadá. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse que os ataques foram “de partir o coração”.
“Estou chocado e devastado pelos horríveis ataques de hoje”, disse Trudeau em comunicado. “Os responsáveis pelos ataques abomináveis de hoje precisam ser levados à justiça.”
Além dos 10 falecidos, outras 15 pessoas ficaram feridas, embora a polícia tenha dito que pode haver mais vítimas do que as registrados. A polícia também pediu à população de Saskatchewan, uma das maiores e mais remotas regiões do Canadá, para serem extremamente vigilante e cuidadosa.
Quando as notícias dos esfaqueamentos foram divulgadas, um alerta da polícia de “pessoa perigosa” foi enviado para todos os telefones celulares nas províncias de Saskatchewan, Manitoba e Alberta, com área correspondente a quase metade da Europa.
Além disso, foi declarado estado de emergência na James Smith Cree Nation, comunidade de cerca de 2.000 habitantes, e na vila de Weldon, que abriga apenas 200 pessoas.
“Não deixe um local seguro. Tenha cuidado ao permitir que outras pessoas entrem em sua residência”, alertou a polícia de Saskatchewan.
Vários postos de controle foram montados e os motoristas foram instados a não dar caronas. Rhonda Blackmore, comandante da polícia da província, disse que algumas pessoas podem ter sido visadas, enquanto outras foram “atacadas aleatoriamente”.
A relação entre os suspeitos, Damien Sanderson e Myles Sanderson, não é clara, e as autoridades não forneceram mais detalhes até o momento. Mas em maio, o grupo civil de investigação criminal, Saskatchewan Crime Stoppers, divulgou um cartaz de Sanderson, acusando-o de estar “ilegalmente à solta” na região.
Durante uma coletiva de imprensa na noite do domingo 4, a polícia se recusou a especular sobre o motivo por trás do ataque. No entanto, o chefe Bobby Cameron, da Federação das Nações Soberanas Indígenas, sugeriu que eles poderiam estar relacionados a drogas.
“Esta é a destruição que enfrentamos quando drogas ilegais nocivas invadem nossas comunidades, e exigimos que todas as autoridades sigam a orientação dos chefes e conselhos e seus membros para criar comunidades mais seguras e saudáveis para nosso povo”, disse Cameron.
O ministro de Relações Indígenas do Canadá, Marc Miller, disse que procurou os líderes comunitários para “oferecer o apoio total do Canadá e qualquer assistência que seja necessária nos próximos dias”.
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