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Penas bárbaras às mulheres em sociedades machistas

“Milícias armadas patrulhavam o comportamento das mulheres nas ruas. Um vestígio de maquiagem e eles vinham, implacáveis”, contou Azar Nafisi, autora de Lendo Lolita em Teerã, em entrevista a VEJA A iraniana Sakineh Mohamadi Ashtiani, de 43 anos, está no corredor da morte. Nos Emirados Árabes Unidos, uma brasileira de 14 anos foi condenada a […]

Por Da Redação
16 ago 2010, 11h00
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  • “Milícias armadas patrulhavam o comportamento das mulheres nas ruas. Um vestígio de maquiagem e eles vinham, implacáveis”, contou Azar Nafisi, autora de Lendo Lolita em Teerã, em entrevista a VEJA

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    A iraniana Sakineh Mohamadi Ashtiani, de 43 anos, está no corredor da morte. Nos Emirados Árabes Unidos, uma brasileira de 14 anos foi condenada a seis meses de prisão. As também iranianas Mariam Ghorbanzadeh, 25, e Azar Bagheri, 19, viram a morte soprar baixinho no pé do ouvido, mas conseguiram escapar. Sakineh não deve ter a mesma sorte – a qualquer momento, ela pode ser apedrejada até a morte, enforcada ou morta a tiros pelo governo de Mahmoud Ahmadinejad. O futuro da brasileira, por sua vez, é incerto. A menor é acusada de fazer “sexo consensual” com um paquistanês de 28 anos e ter combinado um encontro com ele por meio de mensagens de texto consideradas “eróticas”.

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    Os recentes casos de penas bárbaras contra mulheres do Islã reacendem uma questão polêmica: a independência e a dignidade do sexo feminino dentro da religião muçulmana. Segundo dados da agência de inteligência americana (a CIA), 55 nações têm maioria religiosa muçulmana. Nos países em que a Sharia – lei que dita as regras do islamismo – é seguida com rigor, as tradições são veementemente contrárias à liberdade da mulher. Elas se veem, então, constantemente vigiadas por maridos, filhos, vizinhos e pela polícia. “Milícias armadas patrulhavam o comportamento das mulheres nas ruas. Um vestígio de maquiagem e eles vinham, implacáveis”, contou Azar Nafisi, autora de Lendo Lolita em Teerã, em entrevista a VEJA.

    Mas tudo isso é apenas uma pequena agulha em um palheiro emaranhado de interpretações radicais no qual vive a religião muçulmana. O resultado do fanatismo religioso desses povos é grave e termina quase sempre em uma série de atos bárbaros, como se pode conferir abaixo:

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    Sudão – Em dezembro de 2001, Abok Alfa Akok, de 18 anos, foi acusada de adultério pelo marido. A jovem cristã estava grávida, não falava árabe e defendeu-se dizendo que havia sido estuprada. Apesar de a Sharia não se aplicar a mulheres não-muçulmanas e sem provas concretas, Abok foi condenada a 75 chibatadas.

    Iêmen – Aos 13 anos, Elham Assim sangrou até a morte alguns dias após seu casamento. A garota muçulmana teria sido amarrada e forçada a manter relações sexuais com o marido, de 23 anos. O enlace da garota foi combinado por seu irmão, que pretendia se casar com a irmã do noivo e evitar o pagamento do dote.

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    Bangladesh – Em outubro de 2008, Aisha Duhulowa, de 13 anos, foi condenada à morte por apedrejamento acusada de fornicação depois de ter sido violentada por uma gangue. Conforme as leis locais, as menores estupradas são punidas com castigos físicos simplesmente por terem participado de um ato sexual. Enquanto era apedrejada, Aisha chorava e gritava por misericórdia. Quando seus familiares tentaram intervir, a milícia islâmica abriu fogo, matando um bebê.

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    Somália – Em uma das principais praças da cidade, 50 homens apedrejaram até a morte a muçulmana Aisho Ibrahim Dhuhulow, em 2008. Acusada de adultério, ela foi enterrada até o pescoço, e foi impedida de proteger o rosto. Segundo noticiou a imprensa à época, Aisho teria confessado o crime e pedido para ser julgada de acordo com as leis da Sharia.

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    Nigéria – Em 2002, Safiya Hussaini, de 33 anos, foi condenada por adultério à morte por apedrejamento. A pena, no entanto, foi postergada até que sua filha de um ano não precisasse mais do leite materno. Safiya, então, apelou da decisão. O juiz, no entanto, recusou todas as provas apresentadas pela defesa e foi taxativo: “A sociedade foi prejudicada pelo ato. É perigoso que isso ensine outras mulheres a fazer o mesmo.” Safiya acabou mesmo apedrejada.

    Emirados Árabes Unidos – A solteira Kartini binti Karim, cidadã da Indonésia, trabalhava como empregada doméstica quando sua gravidez foi descoberta, em 2000. Ela e um indiano foram condenados por fornicação, mas o homem fugiu antes que pudesse ser preso. Kartini foi julgada sem o direito a um tradutor, advogado ou a entrar em contato com a embaixada de seu país. Depois de ser sentenciada à pena de morte por apedrejamento, a Indonésia conseguiu apelar. A pena foi reduzida para um ano de prisão e posterior deportação.

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