Uma série de ataques, principalmente contra a polícia em Bagdá, causou nesta quarta-feira a morte de pelo menos 19 pessoas e deixou várias dezenas de feridos, suscitando o temor de um aumento da instabilidade no país antes da retirada das tropas americanas.
Os dois ataques mais violentos foram cometidos por terroristas suicidas que nesta quarta de manhã detonaram as cargas explosivas em seus veículos contra delegacias de polícia de Bagdá, indicaram fontes ministeriais.
As duas explosões foram registradas por volta das 08h30 (02h30 de Brasília) com poucos minutos de intervalo nos bairros de Hurriya, no norte, e de Alawiya, no centro da capital, indicaram funcionários dos ministérios da Defesa e do Interior.
Segundo uma fonte do Ministério da Defesa, o registro é de 15 mortos e 42 feridos. Um porta-voz do Ministério do Interior disse que havia 17 mortos e 48 feridos, entre eles 13 mortos e 25 feridos em Alawiya e quatro mortos e 23 feridos em Hurriya.
Estes estão entre os ataques mais violentos na capital desde o atentado cometido contra uma mesquita no dia 28 de agosto, que deixou 28 mortos.
Em Hurriya, a deflagração causou grandes danos no prédio da polícia e em uma escola próxima, deixando na calçada um buraco de quatro metros de largura e dois de profundidade, constatou a AFP.
A explosão de outro veículo carregado de explosivos no bairro de Al-Alam, no sudoeste de Bagdá, deixou três mortos e 11 feridos, entre eles alguns policiais, indicaram as mesmas fontes. O ataque foi praticado contra um comboio do Exército iraquiano no qual viajava um general.
Uma fonte do hospital Al-Yarmuk de Bagdá indicou ter recebido seis feridos de Al-Alam, entre eles um oficial da polícia.
Um quarto carro-bomba, também no bairro de Hurriya, matou um civil e feriu 12 pessoas, entre elas um alto oficial do Exército iraquiano, nove seguranças e dois civis.
“Estes ataques são um desafio ao Iraque e ao processo político, já que os terroristas querem mostrar que permanecem aqui no momento em que as tropas americanas saem”, disse Mohammed al-Rubaie.
Rubaie disse estar seguro de que existe “um apoio estrangeiro (a estes ataques) e que há países que não querem o êxito do Iraque”.
Estes ataques ocorrem depois de uma redução da violência nos últimos meses, em um contexto de instabilidade devido à incerteza que paira sobre o futuro das tropas americanas no país.
Em virtude de um acordo assinado com as autoridades em 2008, os Estados Unidos devem retirar suas tropas até o final do ano, mas Washington tenta obter a manutenção de um contingente limitado de instrutores militares depois dessa data.