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‘Partygate’: Funcionários de Johnson esconderam festas ilegais da mídia

Relatório de investigação mostra e-mails trocados pela equipe do premiê do Reino Unido sobre eventos durante lockdown: 'parece que nos safamos'

Por Amanda Péchy
Atualizado em 25 Maio 2022, 09h57 - Publicado em 25 Maio 2022, 09h48
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  • Um relatório publicado pelo governo do Reino Unido nesta quarta-feira, 25, sobre uma série de eventos realizados pelo premiê Boris Johnson durante o lockdown contra a Covid-19 no país afirmou que ele “deve assumir a responsabilidade” por uma cultura que permitiu que as festas ocorressem.

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    O escândalo que envolve festas em Downing Street, a residência oficial do líder do governo, que iam até as primeiras horas da manhã, com funcionários bêbados vomitando e brigando entre si, manchas de vinho tinto nas paredes e uma festa de aniversário ilegal para o primeiro-ministro britânico – completa com seis engradados de cerveja e dezenas de sanduíches – ficou conhecido como “Partygate”.

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    Agora, Johnson enfrenta uma batalha para salvar seu cargo. O relatório afirma que “não há desculpa para alguns dos comportamentos” investigados, como “consumo excessivo de álcool”. Registros de trocas de e-mail também foram apresentados, incluindo alguns em que a equipe do premiê discutia abertamente esconder suas festas da mídia.

    O relatório investigou 16 eventos que ocorreram no coração do governo enquanto o Reino Unido vivia sob estritas restrições ao Covid-19.

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    Uma foto de Johnson com uma lata de cerveja em sua festa de aniversário foi incluída no dossiê. A investigação também descobriu que ele participou de uma festa no jardim de Downing Street em maio de 2020 por cerca de meia hora, onde aproximadamente “de 30 a 40 pessoas” estavam presentes. Também havia bebidas alcoólicas na ocasião.

    “Você também pode sugerir que os convidados tragam sua própria bebida? Não tenho certeza se teremos o suficiente”, disse um e-mail de Martin Reynolds, principal secretário particular de Johnson, segundo o relatório. No dia seguinte, Reynolds observou que a mídia não havia noticiado a festa, escrevendo para um colega: “Parece que nos safamos disso”.

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    Em uma troca de e-mails, os funcionários foram instruídos a evitar “andar por aí com garrafas de vinho” enquanto a mídia estava no prédio e a manter a música baixa quando uma coletiva de imprensa sobre a Covid-19 estava ocorrendo.

    Alguns funcionários se sentiram desconfortáveis ​​com o comportamento da equipe de Johnson, mas temiam denunciar o problema, segundo o relatório. E em outras ocasiões, os guardas e Downing Street foram maltratados pelos convidados dos eventos.

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    Quando a mídia britânica denunciou o Partygate, o premiê inicialmente negou que qualquer evento tivesse ocorrido. No entanto, 16 festas foram investigadas pelo governo, 12 pela polícia – e o próprio Johnson já foi multado por participar de pelo menos uma delas.

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    Em um discurso inicial na Câmara dos Comuns nesta quarta-feira, 25, Johnson agradeceu a investigação e renovou seu pedido de desculpas pelo evento em seu gabinete pelo qual foi multado. Ele declarou que assumiria total responsabilidade por tudo o que ocorreu em seu turno.

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    No entanto, o premiê afirmou que faltava contexto para algumas das acusações sobre as festas. Segundo ele, alguns eventos foram apropriados porque eram festas de despedida para funcionários que estavam deixando o governo. O líder britânico diz que sua participação nesses eventos pode ser considerada aceitável.

    Além disso, Johnson alegou que não tinha conhecimento das festas que ocorreram durante a madrugada. Ele afirmou que não esteve presente em nenhuma dessas ocasiões e ficou surpreso e “chocado” com o que descobriu, particularmente com a forma como a equipe de segurança e limpeza foi tratada.

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    Mesmo assim, admitiu que quando disse que “as regras da Covid-19 foram seguidas o tempo todo”, ele estava errado.

    Alguns dos parlamentares de seu próprio partido conservador juntaram-se aos apelos da oposição para que ele renuncie nas últimas semanas. Johnson agora enfrenta a tarefa de convencer seus colegas a apoiá-lo, apesar da série de alegações e do inquérito condenatório.

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