A cidade de Bruxelas determinou nesta quarta-feira, 7, o fechamento de todos os bares e cafés pelo período de um mês, em um esforço para conter o avanço da pandemia de coronavírus na Bélgica. A medida passa a valer já a partir da quinta-feira, 8.
Os locais onde as refeições são servidas à mesa podem permanecer abertos, mas os espaços destinados ao consumo de bebidas alcoólicas ficarão fechados até 8 de novembro na capital belga. Salões de festas também devem permanecer fechados até a mesma data.
A decisão ocorre diante do forte aumento na Bélgica do número de casos da Covid-19. Na última semana, o país teve uma média de 2.500 novos casos por dia, um aumento de 57% em relação à semana anterior. Bruxelas tem o maior número de infecções na Bélgica e o segundo maior na Europa, depois de Paris.
Anteriormente, o governo belga havia anunciado que bares e cafés passariam a fechar às 23h, mas o chefe do Executivo da região, Rudi Vervoort, considerou que as restrições seriam insuficientes para conter o aumento no número de infecções.
“O objetivo era ter as medidas mais claras possíveis”, disse Vervoort.
Além disso, o governo belga reduziu de cinco para quatro o número máximo de pessoas permitidas dentro de “bolhas sociais”, círculos próximos de amigos e família com quem é permitido socializar ao mesmo tempo. Ou seja, reuniões em ambientes externos, em casa e em mesas de restaurantes serão limitadas a quatro pessoas – a não ser que todos morem juntos.
“Podemos ver que a propagação do vírus está se acelerando consideravelmente. Precisamos parar essa aceleração o mais rápido possível”, disse Alexander De Croo, primeiro-ministro da Bélgica.
As medidas adotadas para estabelecimentos belgas são semelhantes às que Paris anunciou na véspera. Bares da capital francesa fecharam as portas na terça-feira 6, enquanto cafés e bares nos arredores da capital ficarão interditados por um período inicial de 15 dias. A cidade também passa por uma degradação do quadro da pandemia, registrando 260 casos a cada 100.000 habitantes e 36% dos leitos de UTI ocupados.
Na Espanha, autoridades de Madri reconheceram um similar ressurgimento de novos casos. A região de 6,6 milhões de habitantes concentra um terço das novas infecções e mortes registrados no país nas últimas semanas. Um confinamento parcial, antes restrito apenas à capital espanhola, estendeu-se para as cidades de León e Palencia.
Em meados de setembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupação com o “alarmante” ritmo de transmissão do coronavírus na Europa. Para o órgão, apesar da aceleração da pandemia no no continente, governos locais estão relaxando demais as restrições.
“Os números de setembro deveriam servir de alerta para todos nós na Europa, onde o número de casos é superior aos registrados em março e abril”, disse Hans Kluge, diretor regional da OMS no continente.
(Com AFP)