O pai do jihadista Mohammed Merah, o autor confesso de sete assassinatos em Toulouse, na França, em março passado, apresentou uma queixa por assassinato nesta segunda-feira em Paris contra a polícia francesa, por ter ordenado o ataque que matou seu filho três dias após ele invadir uma escola judaica e matar um adulto e três crianças.
Entenda o caso
- • No dia 19 de março, Mohamed Merah invadiu uma escola judaica de Toulouse (sul da França) e matou 1 adulto e 3 crianças.
- • Logo descobriu-se que foi ele também o responsável pelas mortes de 3 soldados, também judeus, poucos dias antes.
- • Três dias depois do último ataque, o jovem de 23 anos foi cercado pela polícia no apartamento onde morava, e morto em uma operação que durou mais de 30 horas.
- • Segundo o governo francês, Merah pertencia à Al Qaeda e disse que matou para vingar crianças palestinas e protestar contra o envio de tropas ao Afeganistão.
“É uma queixa por assassinato com circunstâncias agravantes, tendo em vista o contexto dos fatos e as pessoas que deram ordens à frente da polícia nacional”, declarou Isabelle Coutant-Peyre, que assiste Zahia Mokhtari, advogado argelino do pai de Merah. “Vocês têm de 300 a 400 pessoas fortemente armadas e uma pessoa sozinha trancada em seu apartamento. Isso por si só já é suficiente para levantar questões”, acrescentou.
O advogado afirmou que a família tem vídeos que “serão colocados à disposição das autoridades assim que solicitarem”. Mokhtari havia afirmado no início de abril que possuía provas de que o matador de Toulouse tinha sido executado. Mohammed Merah, de 23 anos, foi morto no dia 22 de março durante a invasão de seu apartamento em Toulouse, após 32 horas de cerco policial. Uma autópsia preliminar feita no corpo do assassino indica que ele foi atingido por cerca de 20 tiros disparados pelos agentes.
(Com agência France-Presse)